Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 3 Ago (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta quinta-feira, com os ganhos recentes, que levaram o índice de volta aos 67 mil pontos, abrindo espaço para ajustes e após a Câmara dos Deputados barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer.
O Ibovespa .BVSP fechou em queda de 0,53 por cento, a 66.777 pontos, após fechar no azul nos cinco pregões anteriores, acumulando alta de 3,27 por cento no período. O giro financeiro nesta sessão somou 6,9 bilhões de reais.
Com a decisão da Câmara dos Deputados na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) fica impedido de julgar a acusação criminal apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Temer até ele deixar o cargo. ter período de alívio... Mas não podemos esquecer que em breve deve vir outra denúncia do Janot e isso pode voltar a colocar a política no centro das atenções", disse o economista da corretora Guide Investimentos Ignacio Crespo Rey, acrescentando que ainda não vê motivos para mudança de patamar do Ibovespa.
Embora a permanência de Temer no cargo seja bem recebida diante a perspectiva de que o governo poderá avançar em sua agenda econômica, ainda há alguma cautela também diante do placar da votação. Foram 263 votos contra a autorização para STF julgar a denúncia, enquanto os favoráveis à investigação somaram 227 votos. Houve duas abstenções e 19 ausências.
O placar, segundo analistas da corretora Coinvalores "denota o enfraquecimento do governo e não garante, de forma alguma, vitória da reforma da Previdência na Câmara". A equipe destacou ainda como fator de cautela o custo decorrente da votação.
DESTAQUES
- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON ESTC3.SA cedeu 5,38 por cento, pior desempenho do Ibovespa, mantendo o processo de ajuste e acumulando queda de 9,56 por cento em três sessões, após subir 21,14 por cento nos três pregões anteriores.
- CIELO ON CIEL3.SA recuou 3,11 por cento, engatando o terceiro pregão no vermelho e acumulando perda de 8,16 por cento no período, na esteira do resultado de segundo trimestre. Apenas na véspera, a ação caiu mais de 5 por cento. PETROBRAS PN PETR4.SA recuou 1,48 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA cedeu 1,5 por cento, com os preços do petróleo firmando-se no vermelho durante a tarde e após alta de quase 3 por cento dos papéis preferenciais na véspera.
- VALE PNA VALE5.SA caiu 1,04 por cento e VALE ON VALE3.SA teve baixa de 1,38 por cento, na contramão dos contratos futuros do minério de ferro na China nesta sessão. SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA SUZB5.SA caiu 0,9 por cento, em movimento de ajuste após subir mais de 11 por cento nos dois pregões anteriores. Também no radar estava o resultado do segundo trimestre da empresa, que mostrou queda de 79,2 por cento no lucro, mas com números operacionais fortes que foram bem recebidos por analistas. ELETROBRAS PNB ELET6.SA avançou 4,24 por cento e ELETROBRAS ON ELET3.SA ganhou 2,98 por cento, liderando a ponta positiva do índice. Os papéis da empresa têm mostrado volatilidade em meio ao noticiário intenso, que inclui o plano do governo de reforma do setor elétrico, anunciado no início de julho, além do programa de reestruturação da estatal que busca sair de uma enorme crise financeira.
- BRF ON BRFS3.SA subiu 2,79 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa. No radar estava a renúncia ao cargo do diretor vice-presidente da companhia, José Roberto Pernomian Rodrigues, na esteira da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região em processo criminal envolvendo o executivo. CESP PNB CESP6.SA , que não faz parte do Ibovespa, avançou 1,93 por cento, após a divulgação de edital de privatização da elétrica paulista, que prevê um preço de 16,80 reais por ação para a venda do bloco de controle da companhia pelo governo do Estado de São Paulo, o que pode movimentar cerca de 1,95 bilhão de reais na licitação, prevista para acontecer em 26 de setembro. ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
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(Edição de Raquel Stenzel)