Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 18 Jan (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta sexta-feira, com o Ibovespa renovando máximas acima de 96 mil pontos, embalado em perspectivas otimistas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, bem como expectativas favoráveis para a proposta de reforma da Previdência no país.
Às 11:10, o principal índice de ações da B3 .BVSP subia 0,89 por cento, a 96.199,91 pontos. Na máxima até o momento, o Ibovespa chegou a 96.395,98 pontos. O volume financeiro somava 2,75 bilhões de reais.
No exterior, os pregões ainda repercutiam notícia do Wall Street Journal da véspera, de que o governo dos EUA estaria considerando flexibilizar tarifas de importações chinesas, mesmo após a negativa do Departamento do Tesouro. evidência de que os EUA e a China estejam próximos de um acordo comercial resultará em um movimento sustentado mais alto nos ativos de risco", afirmou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group.
Ele ponderou, contudo, que não é a primeira vez que aparecem relatos de alívio nas tensões comerciais, assim, apesar da reação positiva, o mercado deve embutir algum nível de cautela.
Na Europa, o britânico FTSE 100 .FTSE avançava mais de 1,6 por cento, enquanto, nos EUA, o futuro do S&P 500 SPc1 tinha elevação de 0,5 por cento. A sessão também era marcada pela alta de commodities como petróleo e minério de ferro.
As tensões comerciais vêm pressionando o ânimo de investidores há meses e representam um obstáculo significativo para o crescimento chinês e a economia global, com preocupações crescentes também sobre o impacto em empresas dos EUA.
Para a equipe da corretora Ágora, o bom humor externo combinado com notícias de que a nova equipe econômica deve defender uma agenda pró mercado em Davos, na Suíça, deve continuar ajudando o Ibovespa se sustentar em níveis recordes.
Na véspera, uma fonte do governo disse que o ministro da Economia irá replicar no Fórum Econômico Mundial os pontos que abordou em seu discurso de posse, sendo a reforma da Previdência o primeiro pilar da agenda econômica do país a ser apresentada. fonte a par das discussões disse à Reuters na véspera que o texto da Previdência terá um tempo de transição maior que 12 anos, mas inferior aos 20 anos do texto enviado ao Congresso Nacional pelo ex-presidente. equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro também analisa restringir o acesso ao abono salarial para poupar recursos públicos, afirmaram três fontes ouvidas pela Reuters nesta quinta-feira. sexta-feira também é marcada pelos últimos ajustes antes do vencimento de contratos de opções sobre ações, na segunda-feira, que tem entre as séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa.
DESTAQUES
- VALE VALE3.SA subia 1,9 por cento, alinhada à alta dos preços do minério de ferro na China e de papéis de mineradoras na Europa, em meio a apostas de que Washington e Pequim estão se esforçando para chegar a um acordo comercial.
- PETROBRAS PN PETR4.SA subia 1,1 por cento, acompanhando a alta do petróleo no exterior, com o noticiário incluindo que a reguladora ANP aprovou pagamento adicional empresa de 622,5 milhões de reais em subvenção ao diesel fóssil. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA subia 1,2 por cento, recuperando-se de fraqueza recente e endossando a alta do Ibovespa, enquanto BRADESCO PN BBDC4.SA subia 1,4 por cento. BANCO DO BRASIL BBAS3.SA subia 0,6 por cento.
- GERDAU PN GGBR4.SA subia 1,8 por cento, com o noticiário sobre as negociações ligadas ao embate comercial EUA-China dando suporte também a ações de siderúrgicas.
- ELETROBRAS PNB ELET6.SA subia 4,1 por cento, tendo no radar anúncio pela elétrica de controle estatal de nova rodada de seu Plano de Demissão Consensual, com o objetivo gerar uma economia anual de 574 milhões de reais. GOL PN GOLL4.SA subia 3,7 por cento, tendo de pano de fundo determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a retirada de 10 aeronaves Airbus A320 operadas pela rival Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. SUZANO SUZB3.SA caía 1,6 por cento, no segundo dia de correção, após alta de mais de 20 por cento nos sete pregões até 16 de janeiro.
- EMBRAER EMBR3.SA caía 0,64 por cento, ainda afetada pela frustração de agentes financeiros com previsões divulgadas pela fabricante de aviões nesta semana.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)