Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 23 Jan (Reuters) - O Ibovespa ensaiava melhora nesta quinta-feira, anulando as perdas e voltando a oscilar acima dos 118 mil pontos, apoiado na recuperação das ações de bancos, com Banco do Brasil à frente, embora o declínio dos papéis da Vale limitasse a retomada.
Às 15:01, o Ibovespa .BVSP subia 0,12%, a 118.536,81 pontos. Na mínima, mais cedo, chegou a cair 1,25%, para 116.905,95 pontos. O volume financeiro da sessão somava 13 bilhões de reais.
A bolsa paulista começou a sessão pressionada pela cautela no exterior com o novo vírus na China, que já matou 17 pessoas e infectou quase 600. Duas cidades que estão no epicentro do surto do novo coronavírus foram isoladas, enquanto Pequim cancelou grandes eventos públicos. visão da equipe da Guide Investimentos, investidores passaram a avaliar com mais cautela as possíveis implicações da doença sobre a economia global.
Wall Street também era enfraquecida pelos receios ligados ao vírus na China, além de resultados frustrantes da temporada de balanços em curso nos Estados Unidos, mas o S&P 500 .SPX se afastava das mínimas da sessão, com variação negativa de 0,3%.
De acordo com o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a reação do Ibovespa reflete principalmente a recuperação dos papéis de bancos, após quedas recentes, que deixaram os preços mais atrativos.
Ele também chamou a atenção para a proximidade da safra de resultados corporativos no Brasil, que pode gerar mais interesse de compradores para médio prazo. A Cielo CIEl3.SA abre o calendário das empresas listadas no Ibovespa na próxima semana, no dia 27, após o fechamento do mercado. técnica da equipe do Itaú BBA, considerando o fechamento da véspera, disse que o desafio é saber se o índice terá condições e força para superar a máxima em 118.800 pontos e seguir em direção aos 120 mil pontos e 132 mil pontos. Do lado da baixa, aponta o primeiro suporte em 117 mil pontos.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL BBAS3.SA subia 3,2%, em sessão de recuperação nas ações de bancos e na esteira de reportagem do Valor Econômico de que o BB deve escolher um parceiro para a gestora de fundos da instituição, a BBDTVM, até a junho. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA avançava 1,9% e BRADESCO PN BBDC4.SA ganhava 2,1%. No ano, contudo, esses papéis acumulam perdas de cerca de 5%, 7%, e 5%, respectivamente.
- BRASKEM PNA BRKM5.SA avançava 4,5%, na sexta alta seguida, ampliando os ganhos de janeiro para cerca de 27%, após terminar 2019 com declínio de 35%. A recuperação coincide com o acordo assinado entre a petroquímica e autoridades em Alagoas, que, entre outros pontos, garantiu a restituição de 2 bilhões de reais ao caixa da companhia. A Empíricus recomendou a compra das ações em relatório a clientes.
- VALE ON VALE3.SA caía 2,1%, contaminada pelo declínio dos preços do minério de ferro na China. BRADESPAR BRAP4.SA , holding que concentra investimentos na Vale, perdia 2,4%. Papéis do setor de mineração e siderurgia na bolsa, contudo, mostravam comportamento divergente, contrabalançando o efeito externo e apostas de reajuste nos preços do aço no mercado brasileiro. USIMINAS PNA USIM5.SA subia 1,5%, enquanto CSN ON CSNA3.SA perdia 1,5% e GERDAU PN GGBR4.SA recuava 0,1%. PETROBRAS PN PETR4.SA avançava 0,3%, enquanto PETROBRAS ON PETR3.SA cedia 0,4%, na esteira do declínio do petróleo no exterior, além da oferta secundária de ações ordinárias da empresa que deve ser precificada em 5 de fevereiro. CARREFOUR BRASIL ON CRFB3.SA valorizava-se 1,9%, após divulgar alta de 11,4% nas vendas brutas do quarto trimestre ante mesma etapa de 2018, para 16,84 bilhões de reais. Os números excluem vendas de combustíveis. GOL PN GOLL4.SA valorizava-se 4,2%, no segundo pregão seguido de recuperação, após perda de quase 3% na terça-feira, ampliando a alta acumulada no mês para mais de 5%. A fraqueza do dólar em relação ao real e o declínio dos preços do petróleo colaboravam com a alta. AZUL PN AZUL4.SA ganhava 0,9%X.
- OI ON OIBR3.SA , que não está no Ibovespa, disparava 7%, tendo de pano de fundo especulações relacionadas à venda de sua participação na angolana Unitel. De acordo com o colunista Lauro Jardim, de O Globo, a petrolífera Sonangol, também de Angola, pagará 1 bilhão de dólares pela fatia de 25% da Oi na Unitel. Procurada pela Reuters, a Oi disse que não comentaria a notícia.
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