SÃO PAULO, 27 Ago (Reuters) - A bolsa paulista perdeu o fôlego e o Ibovespa chegou a trabalhar abaixo dos 96 mil pontos na tarde desta terça-feira, seguindo a deterioração em Wall Street, conforme incertezas sobre questões comerciais envolvendo EUA e China e o crescimento global seguem ditando volatilidade aos negócios.
Às 14:55, o Ibovespa .BVSP cedia 0,01%, a 96.418,18 pontos. No pior momento, caiu abaixo de 96 mil pontos. Na máxima, mais cedo, tinha encostado em 98 mil ponto. O volume financeiro da sessão somava 11,3 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o sentimento dos investidores azedou após a inversão na curva de rendimentos dos Treasuries se aprofundar mais, ampliando preocupações com a desaceleração da economia global e o risco de recessão da economia norte-americana, o que acabou minando Wall Street. Após subir 0,7% no melhor momento, o S&P 500 500 .SPX recuava 0,2%.
Mais cedo, expectativas de desfecho positivo nas negociações entre Washington e Pequim prevaleceram nos negócios, apesar dos sinais contraditórios enviados por ambos os lados nos últimos dias, endossando também a tentativa de melhora do Ibovespa, após três pregões de queda, período em que acumulou recuou de 4,7%.
Profissionais da área de renda variável também citaram ruídos domésticos, como o relatório da Polícia Federal a partir da delação de executivos da Odebrecht dizendo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cometeu corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, o que ele nega.
Também no radar está a repercussão global dos incêndios na Amazônia, em um momento no qual os agentes estrangeiros seguem na defensiva na bolsa paulista, com o saldo de capital externo no mês negativo em 11,6 bilhões de reais, conforme números até o dia 23, bem como desgaste e desvio de foco do governo, que poderia estar voltado para assuntos da pauta econômica.
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(Por Paula Arend Laier; edição de Aluísio Alves)