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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 3 Jun (Reuters) - A bolsa paulista teve mais uma sessão de fortes altas nesta quarta-feira, quando o Ibovespa recuperou o patamar dos 93 mil pontos, reflexo do otimismo nos mercados em relação ao controle da pandemia e retomada da atividade econômica, em um ambiente de elevada liquidez global.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa .BVSP fechou em alta de 2,15%, a 93.002,14 pontos, ampliando a alta no segundo trimestre para cerca de 27%. No ano, contudo, ainda acumula declínio de 19,6% e segue distante da máxima intradia de 119.593,10 pontos de 24 de janeiro.
O volume financeiro nesta quarta-feira na bolsa foi expressivo e alcançou 39,41 bilhões de reais, bem acima da média diária no ano, de 28,26 bilhões de reais.
Estrategistas de ações do Itaú BBA estimam que a volatilidade persistirá no curto prazo, mas afirmaram que têm observado avanços no movimento de reabertura econômica em diversos países, bem como progressos na busca por uma vacina para combater a pandemia de coronavírus.
"Mercados acionários têm reagido positivamente, apesar das constantes incertezas quanto ao ritmo da recuperação econômica em cada país", afirmaram em relatório a clientes.
Nesta sessão, números mostrando recuperação do setor de serviços na China e sinais de que o pior pode ter ficado para trás na zona do euro, além de um corte de empregos no setor privado norte-americano menor do que o previsto corroboraram o apetite a risco de olho na retomada das economias.
"A (pandemia de) Covid é transitória. A vida continua", ressaltou o gestor Werner Roger, da Trígono Capital, lembrando que se trata de um evento de curto prazo, enquanto a avaliação de empresas é feita com visão de longo prazo e não por causa de um ano.
Além disso, acrescentou, "o desconhecido começa a ser entendido, está todo mundo trabalhando em vacina e medicamentos, e ainda há um excesso de liquidez no mercado". No caso do Brasil especificamente, com "os juros caminhando pra 2%, não restam muitas opções onde investir".
DESTAQUES
- IBR BRASIL RE IRBR3.SA disparou 25%, maior alta do Ibovespa na sessão, embora ainda seja a ação do índice que mais perde em 2020, com declínio acumulado de mais de 70%, em meio a uma série de adversidades enfrentadas pela resseguradora, sendo o evento mais recente a abertura de inquéritos para investigar possíveis irregularidades envolvendo a companhia. GOL PN GOLL4.SA saltou 16,41% e AZUL PN AZUL4.SA avançou 10,15%, mais uma vez entre os destaques positivos, na esteira do alívio nas restrições de circulação, bem como de mais uma sessão de forte queda do dólar em relação ao real BRBY , com a cotação fechando a 5,0862 reais. No setor de viagens, entre os mais afetados pela pandemia, CVC BRASIL ON CVCB3.SA subiu 6,56%. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA e BRADESCO PN BBDC4.SA avançaram 2,65% e 4,45%, respectivamente, com bancos mais uma vez puxando o avanço do Ibovespa, após sofrerem com as perspectivas negativas para a economia, bem como possíveis reflexos de medidas para atenuar os efeitos da pandemia. BANCO DO BRASIL BBAS3.SA fechou em alta de 5,88%.
- PETROBRAS PN PETR4.SA valorizou-se 0,33%, endossando o viés de alta, com a melhora dos preços do petróleo no exterior corroborando a alta. O contrato do Brent LCOc1 fechou com aumento de 0,56%. PETROBRAS ON PETR3.SA subiu 0,91%.
- VALE ON VALE3.SA fechou com acréscimo de 0,45%, com alta do futuro de minério de ferro na China. Analistas do UBS também elevaram a recomendação para os ADRs da mineradora para 'compra', embora tenha reduzido o preço-alvo de 13 para 12 dólares. No setor de mineração e siderurgia, GERDAU PN GGBR4.SA terminou o dia com elevação de 6,82%.
- BRASKEM PNA BRKM5.SA caiu 4,87%, após prejuízo líquido de 3,6 bilhões de reais no primeiro trimestre, pressionado principalmente pelo impacto da variação cambial no resultado financeiro. Executivo da companhia também disse que a demanda por produtos petroquímicos no Brasil caiu cerca de 20% em abril, mas em maio foi melhor que o esperado e a expectativa é de manter a recuperação neste mês. JBS ON JBSS3.SA recuou 5,55%, em sessão negativa para empresas de proteínas na bolsa, tendo de pano de fundo a queda do dólar ante o real, mas também noticiário desfavorável relacionados a casos de Covid-19 no setor. MINERVA ON BEEF3.SA caiu 3,34%, MARFRIG ON MRFG3.SA cedeu 2,07% e BRF ON BRFS3.SA fechou em baixa de 3%.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)