LISBOA, 1 Nov (Reuters) - O Banco de Portugal (BP) prolongou o contrato do Project Management Officer (PMO) do processo de venda do 'good bank' Novo Banco, Sérgio Monteiro, por mais três meses, anunciou o BP.
Adiantou que "nesta decisão fica também prevista a possibilidade de renovações mensais adicionais até ao máximo de mais três meses".
"O prolongamento do contrato de prestação de serviços de Sérgio Monteiro é essencial para garantir a continuidade na direção da equipa operacional que, no BP, coordena o processo de venda, que se encontra numa fase crucial", referiu o BP, em comunicado.
Afirmou que "esta decisão tem também em consideração toda a interação com as autoridades nacionais e europeias sobre o assunto e que é, ao nível operacional, também assegurada por esta equipa, cuja coordenação cabe a Sérgio Monteiro".
Em 30 de Junho, o BP anunciou que recebeu quatro propostas para a compra do Novo Banco, na segunda tentativa de alienação deste banco de transição, que surgiu dos escombros do colapsado Banco Espírito Santo (BES) em meados de 2014.
O BP, que é a autoridade de resolução, não identificou os interessados, mas fontes financeiras disseram à Reuters que o BPI BBPI.LS, o fundo norte-americano Apollo APO.N aliado à 'private equity' Centerbridge, e a 'private equity' Lone Star apresentaram propostas para comprar o Novo Banco.
O Millennium bcp BCP (LS:BCP).LS entregou uma carta de interesse com determinado perfil, mas sem avançar uma proposta financeira concreta.
No passado dia 6 de Outubro, em entrevista à Reuters, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, disse que a segunda tentativa de venda do Novo Banco está a atrair novos interessados, além dos quatro candidatos iniciais, incluindo do China Minsheng Financial que está a olhar.
Aquando da resolução do BES em Agosto de 2014, foi injectado 4.900 milhões de euros (ME) no capital do Novo Banco, tendo o Tesouro concedido um empréstimo de 3.900 ME ao Fundo de Resolução, que é detido pelos bancos do sistema.
Recentemente, os 4.250 ME de empréstimos ao Fundo de Resolução devido à resolução do BES e Banif foram revistos, de tal forma que os bancos manterão as actuais contribuições que fazem para o FR, não sendo afectados por exemplo se o Novo Banco for vendido abaixo do capital injectado em meados de 2014, aquando da resolução do BES.
No fim de 2015, as autoridades europeias estenderam o prazo máximo de venda deste banco de transição em um ano para até Agosto de 2017.
Em simultâneo, o BP alargou as opções do modelo de alienação, passando a prevêr que o banco possa ser vendido directamente a investidores estratégicos da banca ou seguros, a institucionais, ou numa oferta pública de acções.
O BP referiu que aquele "prolongamento do contrato de prestação de serviços mantém inalteradas as condições iniciais estabelecidas que podem ser consultadas no portal da contratação pública".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por patrícia Vicente Rua)