Poupe 40%
Novo! 💥 Adira a ProPicks e veja a estratégia que superou o S&P 500 em + de 1,183% Poupe 40%

BPI propõe vender 2 pct angolano BFA à Unitel, troca Isabel Santos aprova desblindagem

Publicado 21.09.2016, 07:40
© Reuters.  BPI propõe vender 2 pct angolano BFA à Unitel, troca Isabel Santos aprova desblindagem

Por Sergio Goncalves

LISBOA, 21 Set (Reuters) - O 'board' do BPI BBPI.LS propôs vender 2 pct do rentável Banco de Fomento Angola (BFA) à telecom angolana Unitel, que passaria a controlar 51 pct do BFA, mas em troca de Isabel dos Santos tem de viabilizar o fim do limite de votos no banco português, que é crucial para o sucesso do 'bid' do espanhol Caixabank CABK.MC .

A Assembleia Geral (AG) do BPI, após ter sido suspensa duas vezes seguidas, vai voltar a reunir-se hoje para deliberar o término do limite máximo de 20 pct dos direitos de voto, tendo aquela proposta sido aprovada ontem por todos os membros do 'board' presentes, à excepção de uma abstenção.

Nesta reunião do 'board', não estiveram presentes os representantes do maior accionista Caixabank, com 45 pct do capital, e da sua arqui-rival, a empresária Isabel dos Santos, que é filha do presidente de Angola e que detém a segunda maior parcela de capital ou 18,6 pct directos.

Em comunicado, o BPI disse que a proposta, enviada já à Unitel, prevê vender-lhe 2 pct do BFA por 28 milhões de euros (ME), permitindo-lhe passar a controlar o banco angolano com 51 pct, enquanto o banco português reduziria para 49 pct.

"(Mas, prevê) como condição para que a mesma seja eficaz, à verificação do seguinte facto: os Estatutos do BPI deixarem de conter limitações à contagem de votos e ser, portanto, suprimida a limitação que actualmente se encontra prevista nesses Estatuto".

"É convicção do Conselho de Administração do BPI que a solução que é apresentada através desta carta reúne as condições para permitir que o Banco BPI deixe de consolidar, para efeitos contabilisticos e prudenciais, o BFA e, como consequência, ponha termo à situação (de incumprimento das exigências do BCE)".

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

O Caixabank lançou este 'takeover' a 18 de Abril, um dia depois de ter sido conhecido que o Governo português tinha legislado para permitir que as AGs dos bancos portugueses pusessem fim aos limites dos direitos de voto.

O decreto-lei foi a resposta do Governo ao fracasso das negociações entre o Caixabank e Isabel dos Santos para o BPI reduzir a exposição de 50,1 pct ao BFA, como exige o Banco Central Europeu (BCE).

O BPI acusou a Santoro de Isabel dos Santos de desrespeitar um acordo inicial com o Caixabank, enquanto a empresária angolana, que é a accionista chave da maior telecom angolana Unitel, atacou o Governo por ser "declaradamente parcial" a favor dos espanhóis.

Em Junho de 2015, Isabel dos Santos já tinha beneficiado do limite dos votos para travar uma proposta de desblindagem e derrotar um 'bid' do Caixabank, tendo depois, em Fevereiro de 2016, bloqueado uma proposta de cisão dos activos africanos.

Entretanto, ultimamente, a Santoro não tem feito declarações públicas sobre a OPA do Caixabank sobre o BPI.

Mas, a holding Violas Ferreira Financial (VFF) - o maior accionista português com 2,7 pct do BPI - interpôs duas providências cautelares nos tribunais, que levaram à suspensão as duas anteriores AGs para 'desblindar' os Estatutos, respectivamente, a de 24 de Agosto e a de 21 de Setembro.

A holding VFF tem estado contra o fim do limite dos votos, que foi proposto pelo 'board' do BPI e é uma condição de sucesso do 'bid' do Caixabank.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

Mas, Tiago Violas Ferreira, líder da holding familiar VFF, apesar de achar que os 1,113 euros por acção oferecidos pelos espanhóis é um preço baixo, no fim de semana passado disse que "é inevitável" a Oferta Pública de Aquisição (OPA) avançar pois esgotou a força para se opôr à OPA e quer um entendimento.

MAIS CONDIÇÕES

O 'board' do BPI exige ainda um novo acordo parassocial que lhe garanta dois administradores não executivos, de um total de 15, um membro do Conselho Fiscal, um membro da Assembleia Geral e um membro da Comissão de Remunerações.

A proposta impõe ainda que os Estatutos do BFA só possam ser alterados por uma maioria de 70 pct de votos presentes em AG, incluindo aumentos de capital e emissão de valores convertíveis em acções, limitação ou supressão do direito de preferência dos accionistas, fusões e cisões, distribuição de lucros em moldes diferentes do previsto - pay out mínimo de 40 pct - e aquisição ou alienação de acções próprias.

Exige que a Unitel fique com direito de preferência sobre transmissões onerosas, pelo BPI, excepto vendas aos seus acionistas como distribuições de dividendo em espécie, transmissões a sociedades dominadas pelo BPI ou em operações de colocação em mercado de ações do BFA como Ofertas Públicas de Venda (OPV).

A proposta prevê o direito de 'tag along' do BPI sobre a Unitel.

Entre os maiores accionistas do BPI está a seguradora alemã Allianz ALVG.DE , que faz parte do 'board' do banco e tem 8,4 pct; enquanto o angolano Banco BIC, que conta com Isabel dos Santos como uma das principais accionistas, tem 2,3 pct. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

Últimos comentários

Divulgação de riscos: A realização de transações com instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve altos riscos, incluindo o risco de perda de uma parte ou da totalidade do valor do investimento, e pode não ser adequada para todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos tais como eventos financeiros, regulamentares ou políticos. A realização de transações com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir realizar transações com instrumentos financeiros ou criptomoedas, deve informar-se sobre os riscos e custos associados à realização de transações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente os seus objetivos de investimento, nível de experiência e nível de risco aceitável, e procurar aconselhamento profissional quando este é necessário.
A Fusion Media gostaria de recordar os seus utilizadores de que os dados contidos neste website não são necessariamente fornecidos em tempo real ou exatos. Os dados e preços apresentados neste website não são necessariamente fornecidos por quaisquer mercados ou bolsas de valores, mas podem ser fornecidos por formadores de mercados. Como tal, os preços podem não ser exatos e podem ser diferentes dos preços efetivos em determinados mercados, o que significa que os preços são indicativos e inapropriados para a realização de transações nos mercados. A Fusion Media e qualquer fornecedor dos dados contidos neste website não aceitam a imputação de responsabilidade por quaisquer perdas ou danos resultantes das transações realizadas pelos seus utilizadores, ou pela confiança que os seus utilizadores depositam nas informações contidas neste website.
É proibido usar, armazenar, reproduzir, mostrar, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos neste website sem a autorização prévia e explicitamente concedida por escrito pela Fusion Media e/ou pelo fornecedor de dados. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados pelos fornecedores e/ou pela bolsa de valores responsável pelo fornecimento dos dados contidos neste website.
A Fusion Media pode ser indemnizada pelos anunciantes publicitários apresentados neste website, com base na interação dos seus utilizadores com os anúncios publicitários ou com os anunciantes publicitários.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que há qualquer discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.