Por Sergio Goncalves
LISBOA, 8 Out (Reuters) - A 'low cost' britânica easyJet EZJ.L vai abrir uma nova base aérea em Faro, na região turística do Algarve que está a ser fortemente ferida pela pandemia do coronavírus, visando 17 destinos internacionais já entre Março e Outubro de 2021, disse o director executivo da easyJet em Portugal, João Lopes.
Disse que a easyJet vai alocar três Airbus A319, com 156 lugares, a esta nova base sazonal para "estar preparada para poder reagir assim que a retoma começar... e começar a reforçar o turismo no Algarve".
"Isto confirma de forma inequívoca o grande compromisso que temos com Portugal... queremos defender o (nosso) network existente e evitar que 2021 seja um ano de quebra, como está a ser 2020, e possa ser o primeiro ano de retoma", disse em conferência de imprensa.
No ano fiscal terminado em Setembro de 2019, a easyJet transportou oito milhões de passageiros para Portugal. A empresas não divulgou a evolução este ano no país.
Actualmente a easyJet tem duas bases em Portugal - com cinco aviões em Lisboa e quatro no Porto - e opera 66 rotas.
Apesar de ter apenas aquelas duas bases a easyJet também transporta passageiros de e para os aeroportos dos importantes destinos de turismo de Faro e do Funchal na Ilha da Madeira.
João Lopes disse que, como a easyJet não tem uma base em Faro, o número de rotas que pode operar é limitado.
No entanto, desde que iniciou a sua operação em Faro, a easyJet já transportou de e para o Algarve mais de 20 milhões de passageiros.
"Agora podemos começar a estudar alargar a nossa rede de voos do Algarve para destinos que até agora não operamos...e olhar para novas oportunidades", disse João Lopes.
Disse que a empresa vai continuar a apostar "no mercado de lazer, que é expectável que será aquele que reagirá mais rapidamente na retoma pós-crise".
Afirmou que não haverá "quaisquer despedimentos num momento de crise, pelo contrário vai criar mais 100 postos de trabalho directos".
No ano passado, Portugal recebeu cerca de 2 milhões de britânicos, com 64% deles indo para o ensolarado Algarve, famoso por suas praias e campos de golfe.
Até agora, em 2020, apenas cerca de 100.000 britânicos chegaram à região.
O minsitro da Economia Pedro Siza Vieira saudou este "investimento contra-cíclico, numa altura em que o transporte aéreo atravessa a maior crise da história" devido às restrições que os países impuseram para conter a pandemia.
"(Mas) nós sabemos que a procura existe, ela só está neste momento reprimida. Essa procura não despareceu e regressará com uma força redobrada assim que desaparecerem estas restrições", disse Siza Vieira. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)