Investing.com – As notícias vindas da Alemanha sobre o sentimento dos empresários pouco impacto tiveram nos mercados europeus, pressionados sobretudo pela tensão na Síria.
De acordo com o Instituto alemão de Investigação Económica (Ifo), em agosto a confiança empresarial subiu pelo quarto mês consecutivo, aumentando dos 106,2 pontos registados no mês anterior para os 107, 5 pontos. Se a leitura positiva poderia ser um sinal adicional de que a zona euro está a sair da recessão, a pressão vendedora manteve-se de qualquer forma.
As perdas registadas na praça de Frankfurt eram ainda assim mais modestas, se comparadas com as restantes praças europeias de referência. O Dax alemão cedia 1,99% enquanto a bolsa de Atenas recuava 4,45%, numa altura em que ganha consistência a possibilidade de o país vir a necessitar de um novo pacote de ajuda financeira no próximo ano, a rondar os 10 mil milhões de euros.
Também hoje, a edição do jornal sensacionalista “Bild” cita Carsten Schneider, do principal partido da oposição, que refere a existência de um relatório da “troika”, ainda por divulgar, segundo o qual as necessidades de financiamento da Grécia até 2020 superam os 70 mil milhões de euros. A crise helénica está na ordem do dia numa altura em que se aproximam as eleições legislativas na Alemanha.
Itália também estava sob forte pressão, perante o cenário de uma crise política que ameaça o frágil Governo de Enrico Letta. Os apoiantes de Silvio Berlusconi, condenado por fraude fiscal, ameaçam abandonar o executivo se o Partido Democrático do primeiro-ministro votar a favor da expulsão do antigo chefe de Governo do Senado. O MIB recuava 2,29%, em linha com a queda de 2,15% do CAC francês.
Os tons de “vermelho” dominavam também na praça madrilena, com o IBEX a recuar 2,47%. Seja como for, o Tesouro Público espanhol conseguiu hoje colocar 4.166,7 milhões de euros em títulos a 3 e 9 meses, ligeiramente acima do objetivo e pagando juros menores do que no leilão anterior equivalente.
A meio da sessão Londres cedia 0,82%. O índice Eurostoxx 50 tombava 2,04% para os 2.764,01 pontos.
O apetite dos investidores europeus continua a ser claramente condicionado perante os receios de instabilidade na maior economia do mundo e de uma possível intervenção armada em Damasco. Isto depois de John Kerry, o chefe da diplomacia norte-americana, ter garantido não ter dúvidas sobre a utilização de armas químicas na Síria na semana passada.
Esta terça-feira um porta-voz do primeiro-ministro britânico admitiu que Londres poderá participar numa “resposta proporcional.” De acordo com o “The Guardian”, David Cameron agendou uma sessão extraordinária no Parlamento para a próxima quinta-feira, dia 29.
Neste contexto, a bolsa de Lisboa não escapava à pressão externa e a meio da jornada o PSI20 cedia 1,91%, com apenas uma cotada em alta. Os papéis da Semapa marcavam a diferença valorizando 0,28% para os 6,886 euros. Já os títulos da REN mantinham-se inalterados nos 2,2 euros. As restantes cotadas estavam a desvalorizar.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street acordou no “vermelho”, numa altura em que a Síria ameaçou retaliar qualquer ofensiva. As preocupações do investidores traduziam-se numa queda de 0,78% do índice industrial Dow Jones e de 1,78% do tecnológico Nasdaq. O S&P 500 recuava 0,84%