* Publicidade contribui 4 pct receitas CTT vs 8-12 pct outros
* CTT abertos pequenas aquisições 'expresso & encomendas'
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 16 Jan (Reuters) - Os CTT CTT.LS vão apostar na venda de novos serviços de publicidade para contrariar o declínio estrutural do negócio 'core' tradicional de correio, disse o CEO Francisco Lacerda, que vê este nicho ganhar peso substancial nas receitas, face aos cerca de 4 pct actualmente.
O correio tradicional - ainda o maior contribuidor para os resultados da empresa - tem vindo a declinar, em volume, entre três e cinco pct nos últimos três anos. O declínio é transversal ao sector, com a digitalização das comunicações.
"Sabemos que a tendência continuará a ser essa. Mas, mesmo dentro do correio há segmentos com potencial de crescimento e a publicidade é um", disse o CEO dos CTT, numa apresentação.
"Acreditamos no potencial de crescimento do correio publicitário. Como futura percentagem das receitas não divulgamos um objectivo específico".
Actualmente, a publicidade contribui para cerca de 4 pct das receitas totais do grupo.
"Avançámos, por análise ao mercado português, até por comparação com outros operadores na Europa, que consistentemente têm taxas de penetração superiores", explicou o CEO. "Noutros operadores postais está entre 8 e 12 pct, quando pensamos em países do norte da Europa".
O CEO apresentou um novo serviço - CTTADS.PT - que tem por alvo agências criativas e de meios, facilitando a utilização de serviços dos CTT nos trabalhos para os seus clientes. Permite criar e contratar a distribuição de campanhas publicitárias usando a rede postal.
"É mais uma importante peça de uma nova abordagem ao mercado publicitário, onde já temos presença há muitos anos, não como agência de publicidade, mas a trabalhar com empresas e agências", acrescentou Francisco Lacerda.
ABERTO PEQUENAS AQUISIÇÕES
O CEO referiu que os CTT estão interessados em crescer no 'expresso & encomendas' através de aquisições de pequenos 'players', como no caso da recente compra da empresa de mercadorias Transporta, por 1,5 milhões de euros.
"Essa aquisição insere-se na lógica de reforço. Entendemos, que quer por algum alargamento das actividades que fazemos, que é o caso, quer por alguma agregação de pequenos operadores ao que temos, faz sentido. E penso que é o que veremos em Portugal: soluções desse tipo", adiantou.
"O que temos visto no mercado português de 'expresso & encomendas' é crescimento", acrescentou.
Contudo, frisou que esta esfera de negócio tem várias componentes e que a que está é a ligada ao comércio electrónico, que que representa cerca de 20 pct do mercado em Portugal.
"Mesmo quando cresce a taxas elevadas não quer dizer que o todo esteja a crescer a essas mesmas taxas elevadas por efeito puro das médias", explicou Francisco Lacerda.
"O negócio 'business to business', entre empresas, está a crescer mas a níveis parecidos com a economia.
O CEO ressalvou que a assinatura do contrato de promessa de compra e venda da Transporta está ainda sujeito a "umas quantas condições" que precisam de ser preenchidas. (Editado por Sérgio Gonçalves)