Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 3 Mar (Reuters) - A performance operacional da NOS NOS.LS deverá desacelerar após a telecom ter superado antecipadamente as metas estratégicas fixadas em 2014 após a fusão, disse o CEO Miguel Almeida, que não vê para já necessidade de agendar um 'capital markets day' (CMD), que era esperado por alguns analistas.
"Antes do fim de 2016 alcançámos a meta que fixámos para 2018. Isto é um claro sucesso e um tributo à estratégia e coerência da execução", frisou Miguel Almeida.
Segundo os últimos dados da Anacom disponíveis do terceiro trimestre (2016), a quota de mercado de receitas da NOS foi de 30,2 pct. O lucro da telecom cresceu 9 pct para 90,4 milhões de euros no ano passado, em linha com a média de previsões dos analistas, apoiado por um crescimento das receitas, assentes na maior adesão a pacotes convergentes. L5N1GF85G
"O ritmo de crescimento que tivemos nestes três anos era imprevisível para nós próprios quando definimos as metas. Não podemos esperar para a frente ritmos de crescimento iguais aos do passado. O crescimento vai ter uma desaceleração. É esse pelo menos o nosso plano. São essas as nossas expectativas", adiantou Miguel Almeida.
Acrescentou que há uma leitura dos mercados de "menor clareza" sobre futuro da empresa e caberá à empresa mitigar, dando um pouco mais de luz.
De facto, os analistas fixaram o foco na mensagem da gestão sobre as perspectivas para 2017, particularmente depois da pressão sobre as acções ao longo de 2016.
Contudo, Miguel Almeida frisou: "o CMD não está nos nossos planos. Se virmos necessidade, faremos. Não estamos a ver essa necessidade. Toda a gente sabe quem nós somos e ao que vimos".
"No entanto, a nossa perspectiva sobre criação de valor é a prazo. Isso limita, por questões concorrênciais e outras, tem a ver com a alteração de contexto e de reagir da forma que mais valor gera no futuro".
"Esse tipo de flexibilidade e confidencialidade face à concorrência são muito críticos para nós e vamos continuar a protegê-los".
O CEO da NOS disse que o segundo semestre de 2016 já acarretou um aumento material dos custos com conteúdos desportivos.
"Em 2017 esse impacto vai-se manter do ponto de vista do comparativo com 2016. No primeiro semestre não se alteram. No segundo semestre (de 2017) há um ligeiro aumento, por vários factores", projectou Miguel Almeida.
"Não cremos que isso, associado ao crescimento esperado para 2017, nos vá impedir de reforçar os resultados e levá-los a subirem". (Editado por Sérgio Gonçalves)