SÃO PAULO, 9 Ago (Reuters) - O dólar operava em alta nesta quarta-feira e retornava ao nível de 3,15 reais, acompanhando a trajetória da moeda ante divisas emergentes no exterior, em ambiente de maior aversão ao risco com o acirramento das tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Coreia do Norte.
Às 10:56, o dólar BRBY avançava 0,55 por cento, a 3,1471 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,1521 reais. O dólar futuro DOLc1 subia cerca de 0,70 por cento.
"Nos mercados, vemos movimentos de realização de lucros desencadeados por declarações imprevistas", comentou a corretora Guide em relatório a clientes ao citar as ameaças trocadas entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
Trump alertou a Coreia do Norte que o país será atingido por "fogo e fúria" caso ameace os EUA, levando a nação com armas nucleares a dizer que está considerando disparar mísseis contra a ilha de Guam, território dos Estados Unidos no Pacífico. crescente tensão geopolítica faz o dólar subir ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno CLP= e mexicano MXN= e o rand sul-africano ZAR= .
"Internamente, o dólar pedia por uma realização, em meio às dúvidas sobre a meta fiscal e sobre medidas para elevar os impostos", comentou o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira.
Nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer vai se reunir com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, para discutir a meta fiscal.
O governo enfrenta sérias dificuldades para equilibrar as contas públicas sob uma forte expectativa de que terá de alterar a meta fiscal deste ano, para poder ter um déficit primário maior dos que os 139 bilhões de reais previstos. últimos dias, o governo admitiu que estudava elevar o imposto de renda pessoa física para elevar receitas e contribuir com a meta, mas diante da reação negativa, foi obrigado a voltar atrás e dizer que não encaminharia a proposta de mudança ao Congresso. (Por Claudia Violante; Edição de Luiz Guilherme Gerbelli)