Poupe 40%
Novo! 💥 Adira a ProPicks e veja a estratégia que superou o S&P 500 em + de 1,183% Poupe 40%

Conselho da Europa diz a Portugal para confrontar seu passado colonial

Publicado 24.03.2021, 09:37
Atualizado 24.03.2021, 09:42
© Reuters.

LISBOA, 24 Mar (Reuters) - O principal grupo de direitos humanos da Europa disse na quarta-feira que Portugal deve fazer mais para enfrentar o seu passado colonial e o seu papel no comércio transatlântico de escravos, a fim de ajudar a combater o racismo e a discriminação no país nos dias de hoje.

Os comentários do Conselho da Europa vieram numa altura em que o tópico sobre como Portugal recorda o seu passado histórico tem sido debatido nos últimos meses, já que o país se prepara para revelar o seu primeiro memorial às vítimas da escravatura, em Lisboa.

O memorial - filas de palmeiras pintadas de preto - foi concebido pelo artista angolano Kiluanji Kia Henda e financiado pela Câmara Municipal de Lisboa. Este ficará no centro da cidade.

Do século XV ao XIX, as embarcações portuguesas transportaram cerca de 6 milhões de africanos escravizados através do Atlântico, mais do que qualquer outra nação, mas até agora Portugal raramente comentou as suas acções passadas e pouco se ensina sobre o seu papel na escravatura nas escolas.

Pelo contrário, a era colonial de Portugal, que viu países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, bem como partes da Índia sujeitas ao domínio português, é muitas vezes vista como uma fonte de orgulho.

"São necessários mais esforços para que Portugal se reconcilie com as violações dos direitos humanos do passado para combater os preconceitos racistas contra os povos de origem africana herdados de um passado colonial e do comércio histórico de escravos", disse o Conselho da Europa no seu relatório anual sobre Portugal, apelando a Lisboa que repensasse a forma como ensina a sua história colonial.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

As queixas de discriminação racial aumentaram 50% para 655 em 2020, mas o número é provavelmente muito inferior à taxa real de incidentes racistas, disse a Secretária de Estado para a Igualdade, Rosa Monteiro.

"A nossa narrativa histórica é como uma ferida muito grave que não foi devidamente tratada. E para a curar, temos de falar sobre o que aconteceu", disse Monteiro à Reuters, acrescentando que o governo estava a preparar um plano nacional de combate ao racismo.

Entre os crimes de motivação racial recentes incluem-se o 'rally' ao estilo KKK, o tiroteio fatal de um actor negro por um homem branco na rua e ameaças enviadas por e-mail a deputados negros. está a preparar o seu primeiro inquérito oficial de sempre este ano sobre a origem étnica dos cidadãos. O serviço de fronteiras afirmou que em 2019 havia 103.346 africanos oficialmente residentes em Portugal, enquanto a maior comunidade migrante é do Brasil, contando com 151.304 pessoas.

O Conselho da Europa também manifestou preocupação com o aumento da retórica racista no discurso político, destacando o partido Chega de extrema-direita. único deputado do Chega, André Ventura, fez declarações públicas depreciativas contra minorias étnicas, incluindo contra o destacado activista anti-racista Mamadou Ba, que no mês passado foi alvo de uma petição pedindo a sua deportação por ter dito que a morte de um oficial colonial não deveria ser comemorada.

"Não estamos a tentar reescrever a história - estamos a dizer que a história que contamos hoje não é suficiente", disse Ba num protesto no domingo. "Queremos uma história que represente todos os portugueses".

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta, nem recomendação da Investing.com. Ver declaração aqui ou remover anúncios .

texto integral em inglês: (Por Catarina Demony e Victoria Waldersee; Editado por Ingrid Melander e Alexandra Hudson; Traduzido por Mariana Ferreira Azevedo;Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)

Últimos comentários

pobre país das fraquezas, um governo fraco , um presidente que devia de imediato pedir uma reuniao ao conselho europa,já nao há ministério estrangeiros, nem presidência portuguesa na europa,!!? em protesto de ingerençia em assuntos do passado de um povo que para o bem & mal faz parte sua história. 1 somos pequenos mas já fomos um império,! 2-porque conselho europa só se lembrou portugal? pois têm + frança- holanda- espanha- belgica- eua- china-canadá- já agora? quantos me  esqueci? mas há algo que devemos nos orgulhar- levamos esses povos tambem coisas boas que ainda devia ser + como ensino,educaçao sanitaria, formaçao para suas independencias claro cometemos erros só uma camara pateta se lembrava  algo para denegrir o seu país monumento há falta lucidez, deixo aqui um recado sr presidente camara lisboa tenha vergonha percorra bairros impróprios  duma capital civilizada sem agua luz-saniamento  tijolo  a ver-se /posto policia em fim uma cidade limpa
Divulgação de riscos: A realização de transações com instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve altos riscos, incluindo o risco de perda de uma parte ou da totalidade do valor do investimento, e pode não ser adequada para todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos tais como eventos financeiros, regulamentares ou políticos. A realização de transações com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir realizar transações com instrumentos financeiros ou criptomoedas, deve informar-se sobre os riscos e custos associados à realização de transações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente os seus objetivos de investimento, nível de experiência e nível de risco aceitável, e procurar aconselhamento profissional quando este é necessário.
A Fusion Media gostaria de recordar os seus utilizadores de que os dados contidos neste website não são necessariamente fornecidos em tempo real ou exatos. Os dados e preços apresentados neste website não são necessariamente fornecidos por quaisquer mercados ou bolsas de valores, mas podem ser fornecidos por formadores de mercados. Como tal, os preços podem não ser exatos e podem ser diferentes dos preços efetivos em determinados mercados, o que significa que os preços são indicativos e inapropriados para a realização de transações nos mercados. A Fusion Media e qualquer fornecedor dos dados contidos neste website não aceitam a imputação de responsabilidade por quaisquer perdas ou danos resultantes das transações realizadas pelos seus utilizadores, ou pela confiança que os seus utilizadores depositam nas informações contidas neste website.
É proibido usar, armazenar, reproduzir, mostrar, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos neste website sem a autorização prévia e explicitamente concedida por escrito pela Fusion Media e/ou pelo fornecedor de dados. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados pelos fornecedores e/ou pela bolsa de valores responsável pelo fornecimento dos dados contidos neste website.
A Fusion Media pode ser indemnizada pelos anunciantes publicitários apresentados neste website, com base na interação dos seus utilizadores com os anúncios publicitários ou com os anunciantes publicitários.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que há qualquer discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.