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Demanda segue aquecida por viagens internacionais, mas câmbio preocupa

Publicado 14.06.2018, 20:16
© Reuters.  Demanda segue aquecida por viagens internacionais, mas câmbio preocupa
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Por Flavia Bohone

SÃO PAULO, 14 Jun (Reuters) - O setor de turismo ainda vê demanda aquecida por viagens internacionais, mas a recente valorização do dólar em relação ao real desperta cautela e já leva à possibilidade de impacto nas expectativas para o ano, com as empresas adotando medidas para mitigar os efeitos.

A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) já vê a possibilidade da estimativa para o crescimento deste ano ficar abaixo do esperado inicialmente, com impacto do setor internacional.

"A gente tinha uma expectativa de crescimento de dois dígitos para este ano (após alta de 8 por cento em 2017) e talvez não atinja por causa do internacional", disse a presidente da entidade, Magda Nassar, que também é vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

A executiva destacou, no entanto, que apenas no segundo semestre será possível afirmar se a recente valorização do dólar, que já acumula alta de cerca de 12 por cento no ano, resultou em queda nas vendas de destinos internacionais. "Neste momento a gente não sente um impacto absoluto."

Com a forte oscilação cambial, as empresas do setor de turismo identificam que o consumidor fica mais cauteloso em relação aos gastos, pesquisando e programando-se melhor para fechar a compra, além de buscar fechar o câmbio em dias de queda do dólar.

No entanto, mais importante do que a valorização cambial em si, o que pressiona o segmento e gera mais cautela nos consumidores, segundo profissionais do setor, é a forte variação em um curto período de tempo.

"A oscilação é o que deixa o viajante inseguro em relação aos seus gastos... Na semana passada teve um aumento importante e logo em seguida uma queda", disse Nassar, referindo-se à alta de 2,28 por cento apenas na quinta-feira da semana passada, que levou a moeda norte-americana para perto dos 4 reais, seguida por uma queda de 5,59 por cento na sexta-feira.

O presidente da companhia aérea Azul AZUL4.SA , John Rodgerson, concorda que as oscilações bruscas são mais prejudiciais do que a alta em si da moeda.

"Nós estamos em um mercado em que o dólar está flutuando muito...quando no início do mês (o dólar) é 3,50 reais e no fim do mês é 3,90 reais, acho que isso está preocupando mais as pessoas", disse Rodgerson, acrescentando que as fortes oscilações causam impacto nas reservas da empresas. Porém, segundo ele, até o momento as vendas seguem aquecidas tanto para os destinos internacionais como nacionais.

No mês passado, quando o dólar subiu 6,66 por cento em relação ao real, a Azul, que tem ampliado suas operações internacionais, registrou alta de 14 por cento na demanda total por seus voos em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que a demanda internacional teve alta de 71,4 por cento, enquanto o segmento doméstico cresceu 1,5 por cento. o real mais estável é importante para nossas reservas, mas o dólar tem que chegar a 7 reais para (compensar) comprar um iPhone aqui no Brasil", brincou o presidente da Azul, comentando que mesmo com o câmbio atual, ainda há produtos mais baratos que atraem o turista para compras nos Estados Unidos.

Procurada, a companhia aérea Latam LTM.SN disse, por meio de comunicado, que "observa com atenção os efeitos da flutuação cambial no Brasil", mas que ainda não é possível "estimar o exato impacto da volatilidade da moeda na demanda de passageiros".

MITIGANDO IMPACTOS

As fortes oscilações cambiais não são novidade no país, fazendo com que as principais empresas do setor de turismo já estejam preparadas para adotar rapidamente medidas para amenizar seus impactos quando necessário.

A CVC Corp CVCB3.SA , especializada em viagens de férias e lazer, disse que apesar da oscilação cambial teve alta de 12,7 por cento nas vendas do primeiro trimestre ante um ano antes, considerando viagens nacionais e internacionais.

O que puxou o crescimento da CVC no período foram as vendas de cruzeiros marítimos, com alta de 40 por cento, e de viagens internacionais, que subiram 25 por cento.

"Nos números consolidados da CVC Corp, um dos maiores crescimentos é da unidade de negócio CVC... e reflete as estratégias que foram adotadas no primeiro trimestre (e algumas em vigência até agora) e que mitigaram o impacto da alta do dólar no período", disse a empresa. Entre as medidas adotadas está oferta de "câmbio reduzido" aos clientes, que varia conforme o destino e a cotação de mercado e é apoiado em políticas de hedge da empresa.

Segundo Magda Nassar, da Braztoa, as empresas de viagens e turismo que atuam no país já estão bastante preparadas para momentos como o atual, com agências ofertando pacotes mais amplos para que o cliente possa fechar o câmbio antes e parcelar a compra em reais, tendo o mínimo possível de gastos durante a viagem.

Já o presidente da Azul destacou que no lado dos custos, a empresa tem os impactos mitigados devido à política de hedge que atualmente cobre todo o capital de giro da empresa.

Em relação à demanda, Rodgerson destacou que a Azul busca aproveitar momentos de valorização do dólar para atrair mais viajantes de fora do Brasil que, segundo ele, ainda voam pouco para o país. As parcerias com as empresas internacionais como United Airlines, TAP e Jetblue JBLU.O , são importantes para ajudar nesse processo de atrair turistas estrangeiros para o Brasil. (Edição Alberto Alerigi Jr.)

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