(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento e mais informações)
SÃO PAULO, 13 Ago (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, marcada pela recuperação de várias ações após uma semana de perdas, embora o aprofundamento da crise na Turquia e incertezas com o panorama eleitoral sigam referendando um viés mais cauteloso.
O principal índice de ações da B3 .BVSP subiu 1,28 por cento, a 77.496,45 pontos. O volume financeiro somou 9,9 bilhões de reais.
Na semana passada, o Ibovespa acumulou queda de 6 por cento, sendo que apenas na sexta-feira caiu quase 3 por cento. visão do analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, o cenário externo ainda inspira cautela, em razão dos eventos na Turquia e com o banco central argentino elevando juros para 45 por cento em meio aos escândalos de corrupção.
A lira turca TRY= voltou a cair nesta sessão, em uma crise que tem como pano de fundo um quadro inflacionário e a ausência de medidas de controle econômico por parte do banco central da Turquia, além da desavença diplomática com os EUA.
Na Argentina, o banco central anunciou nesta segunda-feira uma nova alta na taxa básica de juros do país, de 40 para 45 por cento. sinalização de que o governo brasileiro está pronto para agir em caso de excesso de volatilidade, contudo, deu uma acalmada no mercado", afirmou Suzaki, citando ainda expectativa para dados sobre a economia chinesa previstos para a madrugada, que estarão no foco dos agentes financeiros.
Uma fonte do Ministério da Fazenda disse à Reuters que "o Brasil está bastante pronto para agir para se garantir em caso de excesso de volatilidade", em referência à situação da Turquia. também alertou para a proximidade dos vencimentos dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro que acontecem na quarta-feira. "Isso sempre traz volatilidade", afirmou.
O noticiário eleitoral tende a permanecer no radar, particularmente pesquisas de intenção de voto, conforme as campanhas começam oficialmente nesta semana, assim como a reta final da temporada de resultados no país.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN PETR4.SA encerrou em alta de 2,3 por cento, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent LCOc1 terminando o dia em baixa de 0,3 por cento.
- BRADESCO PN BBDC4.SA apreciou-se 1,94 por cento, após fortes perdas na semana passada, assim como ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA , que encerrou em alta de 0,79 por cento, endossando a recuperação doméstica.
- VALE VALE3.SA valorizou-se 1,1 por cento, em sessão na qual o preço do minério de ferro à vista na China .IO62-CNO=MB caiu, mas o contrato futuro da commodity mais negociado em Dalian DCIOcv1 subiu 1 por cento. KROTON KROT3.SA avançou 7,03 por cento, em meio a ajustes após forte perda na semana passada, antes da divulgação do balanço previsto para depois do fechamento do mercado na terça-feira. A ação acumula em 2018 queda de mais de 40 por cento. Apenas na semana passada, recuou mais de 14 por cento. Analistas do Bradesco BBI esperam pressões nas margens.
- JBS JBSS3.SA e MARFRIG MRFG3.SA fecharam com altas de 4,7 e 4,32 por cento, respectivamente. Ambas as companhias divulgam balanço na terça-feira, após o fechamento do mercado.
- USIMINAS PNA USIM5.SA subiu 2,4 por cento, conforme começa a normalizar sua produção em Ipatinga (MG), após a explosão de um gasômetro naquela usina na sexta-feira paralisar alto-fornos e deixar 34 feridos. A companhia prevê retomar a operação do alto-forno nº 3 na unidade até quarta-feira. CSN CSNA3.SA valorizou-se 4,69 por cento, tendo no radar notícia publicada no fim de semana pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a siderúrgica contratou o banco de investimentos norte-americano Jefferies para assessorá-la na venda de seus ativos em Portugal e na Alemanha. BRADESPAR PN BRAP4.SA caiu 1,19 por cento. Uma fonte disse à Reuters que a holding planeja usar os recursos de uma emissão de notas de 2,4 bilhões de reais para pagar indenização à Elétron, do empresário Daniel Dantas, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada. BRF BRFS3.SA declinou 1,17 por cento, ainda enfraquecida por prejuízo bilionário no segundo trimestre divulgado na sexta-feira. A agência de classificação de risco S&P cortou o rating de escala corporativa global da companhia de alimentos de 'BB+' para 'BB', com perspectiva negativa. ver as maiores altas do Ibovespa, clique em .PG.BVSP
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(Por Paula Arend Laier; Edição de Gabriela Mello)