LISBOA, 5 Out (Reuters) - A Bolsa de Lisboa é vista abrir em queda, seguindo as descidas dos mercados asiáticos, depois de notícias que o Banco Central Europeu possa estar a considerar uma redução gradual do seu programa de compra de obrigações, segundo dealers.
Os futuros do Euro STOXX 50 STXEc1 , do alemão DAX FDXc1 , do britânico FTSE FFIc1 e os do francês CAC FCEc1 estão a cair entre 0,9 pct e 1,2 pct.
Esta terça feira, a Bloomberg reportou que o BCE vai provavelmente diminuir gradualmente o seu programa mensal de compra de 80.000 milhões de euros em obrigações, antes de terminar o seu programa de 'quantitative easing'. responsável pelas relações com a imprensa do BCE, Michael Steen, disse mais tarde que o banco central não discutiu reduzir o ritmo das suas compras mensais.
Também penalizados pelo receio do retirar de estímulos pelo BCE, os juros das obrigações de Portugal a 10 anos agravam substancialmente, subindo oito pontos base para 3,42 pct.
A sessão de ontem foi marcada pela depreciação da libra para um mínimo de 31 anos, no seguimento do anúncio pela primeira-ministra britânica Theresa May, no último domingo, que o Reino Unido vai accionar formalmente a cláusula de saída da União Europeia em Março.
Os analistas questionam até que ponto o acesso do Reino Unido ao mercado único europeu será severamente afectado e se a libra continuará sob pressão nas próximas semanas e meses.
A bolsa londrina .FTSE tem, contudo, seguido em 'outperformance' face aos pares europeus, com os investidores a apostarem que as exportadoras vão beneficiar da depreciação da libra e que algumas cotadas se tornam cada vez mais alvos apetecíveis de 'takeover' por empresas de fora.
* As acções do Deutsche Bank estarão hoje de novo em foco depois de ontem terem estabilizado, após o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, ter dito que não vê razões para o banco alemão não ultrapassar os seus problemas.
Os analistas do HSBC disseram que apesar das dificuldades operacionais, os receios quanto à solvabilidade do Deutsche Bank são exagerados e o banco está equipado para lidar com a pressão no curto prazo. (Por Daniel Alvarenga)