LISBOA, 10 Jan (Reuters) - Os futuros europeus não indicam uma tendência clara para a abertura, com o foco do mercado português virado para as acções do Millennium bcp BCP.LS , cujas acções deverão ajustar em baixa ao preço do aumento de capital de 1.332 milhões de euros (ME) anunciado ontem, segundo dealers.
Os futuros do Euro STOXX 50 STXEc1 , do alemão DAX FDXc1 , do britânico FTSE FFIc1 e do francês CAC FCEc1 seguem a oscilar entre uma subida de 0,1 pct do Footsie e uma queda de 0,1 pct do DAX.
O 'board' do Millennium bcp BCP.LS , maior banco privado de Portugal, aprovou um aumento de capital de até 1.332 ME e a chinesa Fosun 0656.HK já deu uma ordem irrevogável para reforçar a sua posição para 30 pct dos actuais 16,7 pct. L5N1EZ5K9
O preço de subscrição foi fixado em 0,094 euros por cada ação, que compara com 1,0412 euros de cotação de fecho, ou seja o preço de subscrição representa um desconto de aproximadamente 38,6 pct face ao preço teórico ajustado ex-right.
Ontem, o ministro das Finanças disse em entrevista à Reuters que o recente aumento das 'yields' da dívida soberana portuguesa ocorreu num contexto de riscos e incertezas na zona euro e baixa liquidez no mercado, mas será um movimento temporário pois os fundamentos da economia estão mais fortes. Centeno vê uma melhoria de 'ratings' em 2017.
A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos desceu ontem cerca de 4 pontos base para 4,01 pct, num reajuste técnico após o máximo de 11-meses tocado na sessão anterior e no início de mais uma semana com um substancial volume de colocações de dívida na Europa.
Os investidores alertam que os 'yields', após este movimento técnico, poderão volta a subir devido à vaga de colocações de dívida esta semana que poderá ascender a mais de 14.000 milhões de euros e inclui soberanos como a Holanda, Áustria, Alemanha e Itália.
A agência de notação Moody's também poderá pronunciar-se sobre o 'outlook' soberano de Portugal na próxima sexta-feira.
Os investidores aguardam com expectativa uma conferência de imprensa de Donald Trump na quarta feira, em que se escrutinará com cuidado a visão do Presidente-eleito sobre o comércio internacional e a China. (Por Daniel Alvarenga)