(Acrescenta comentários analistas e cotação acções)
Por Shrikesh Laxmidas e Daniel Alvarenga
LISBOA, 4 Nov (Reuters) - A performance da EDP (SA:ENBR3) EDP.LS nos primeiros nove meses do ano confirmou que a 'utility' está a caminho de atingir as metas de 'guidance' de 2016, disse a empresa, com os analistas também confiantes que a eléctrica vai ter um desempenho operacional forte no quarto trimestre para cumprir os objectivos.
"A performance nos nove meses de 2016 (encaminha) para entregar o 'guidance' de 2016 e as metas do 'Capital Markets Day'", disse a EDP, numa apresentação divulgada no site da CMVM.
A EDP em Julho elevou o 'guidance' de lucro em 2016, para cerca de 950 ME e prevê acelerar o corte de dívida, reduzindo-a para 16.000 ME no final do ano, de 16.500 ME antes previstos no Capital Markets Day de Maio.
A eléctrica também passou a prever um EBITDA - lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações - em torno de 3.750 ME este ano.
Ontem, a 'utility' anunciou que o seu lucro líquido teve uma queda homóloga menor do que a prevista, de 16 pct nos nove meses de 2016, com a comparação penalizada por fortes ganhos 'one off' há um ano, apesar da boa performance operacional das áreas liberalizadas na Ibéria e de renováveis. Janeiro e Setembro de 2016, o lucro do Grupo EDP situou-se em 615 ME, enquanto o EBITDA - Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization - caiu, em termos homólogos, 3 pct para 2.893 ME, e a margem bruta subiu 5 pct para 4.263 ME.
Comparando com Dezembro de 2015, a dívida líquida caiu 901 ME, ou cinco pct, para 16.479 ME.
TRIMESTRE GERAÇÃO FORTE
"Para atingir os seus objectivos, além de um bom trimestre operacional, a EDP também necessitará de um esforço no plano fiscal, e ao contrário do que aconteceu nos nove meses de 2016, quando a taxa (de imposto) efectiva foi de 26 pct, será necessária uma taxa muito baixa no quarto trimestre", disse o Haitong.
Adiantou, contudo que, está confiante de que a EDP irá atingir os seus objectivos, "já que na área operacional o quarto trimestre é normalmente sazonalmente forte nas áreas de geração e renováveis".
Esta casa de investimento prevê que o EBITDA e o lucro líquido deste ano atinjam perto de 3.720 ME e 875 ME, respectivamente.
Em termos da metas estratégicas, a EDP prevê um crescimento médio anual de 4 pct no lucro líquido até 2020, suportado pelas eólicas e uma ligeira recuperação do mercado, querendo direccionar 1.400 milhões ME por ano para o investimento nas renováveis e nos EUA.
O maior grupo industrial de Portugal adiantou, em Maio, que espera uma taxa média anual de crescimento do EBITDA em redor de 3 pct até 2020.
POUCO 'UPSIDE'
O BPI viu os resultados dos nove meses como neutros, e manteve a visão do título como uma proposta de valor, com uma política de dividendos sustentável e atractiva, risco operacional menor do que o do sector e um portefólio de geração competitivo.
Vincou, contudo, que o título tem tido um bom desempenho após ter tocado em mínimos de mais de dois anos em Junho, o que significa que "o 'upside é agora limitado, que aliado à tensões intermitentes do (risco) soberano em Portugal, sugere uma posição de cautela".
As acções da EDP descem 0,58 pct para 2,89 euros, numa sessão em que o índice PSI20 .PSI20 cai 1 pct. (Editado por Patrícia Vicente Rua)