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FOCO-Ex-CEO António Domingues diz CGD vê lucro 200 ME em 2017

Publicado 04.01.2017, 16:08
Atualizado 04.01.2017, 16:10
© Reuters.  FOCO-Ex-CEO António Domingues diz CGD vê lucro 200 ME em 2017
BBPI
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Por Daniel Alvarenga

LISBOA, 4 Jan (Reuters) - O ex-CEO da CGD António Domingues, que liderou o desenho da recapitalização, prevê um lucro de 200 milhões de euros (ME) em 2017 do banco estatal, após fortes prejuízos, tendo grande margem para mais rentabilidade com cortes de custos, venda de activos e mudanças no negócio de seguros e comissões.

A CGD teve um prejuízo de 189,3 ME nos nove meses de 2016, penalizada por perdas em operações financeiras e uma redução das comissões, apesar da subida da margem financeira e de menos custos.

"A minha expectativa é que em 2017 a Caixa tenha resultados positivos na ordem dos 200 ME e acabará em 2020, numa base completamente conservadora - taxas negativas até 2019 e zero em 2020 - com um resultado de cerca de 700 ME, remunerando capitais investidos a uma média de 9 pct nessa altura", disse na Comissão de Orçamento e Finanças no Parlamento.

António Domingues explicou que o plano de recapitalização em curso de até 5.160 ME, prevê a redução de cerca de 2.200 colaboradores até 2020.

"Destes, cerca de 600 são reformas naturais e os outros 75 pct de reformas de colaboradores que estão a três, quatro anos da reforma. É um plano completamente suave. É completamente exequível e verosímil do ponto de vista da sua execução"

"A equacao do banco é muito simples. Tem receitas: margem financeira e operações financeiras, que no caso da Caixa serão poucas porque a especulação será à partida menor; e tem custos: de financiamento, mas basicamente pessoal e infraestruturas e os custos do risco. Depois tem de sobrar alguma coisa para pagar aos accionistas. Tem que se ajustar os custos face à receita potencial", vincou.

Em termos de receitas, o ex-CEO afirmou que a CGD "tem um espaço importante para melhorar ... do lado da margem financeira e comissões.

"A Caixa vende muito poucos seguros, a dimensão do comissionamento dos seguros é muito baixa, os serviços no mercado de capitais são relativamente modestos. Tem um espaço importante para crescer", vincou.

Referiu que, no âmbito do cargo, pediu aos anteriores responsáveis da CGD detalhes sobre algumas áreas importantes como o regime previdencial, o balanço e os seguros.

"Precisava de saber o que se passava com o seguros e a relação com a Fidelidade porque fiquei estupefacto ao saber que a Caixa ganhava menos com os seguros do que o BPI BBPI.LS , sendo duas vezes e meia maior", referiu.

"Pedi detalhes sobre o regime previdencial, a Caixa precisava de reduzir pessoas. Precisava de saber questões sobre o 'repricing' do balanço porque contrariamente do que acontece com outros bancos a Caixa não tinha publicado".

CUMPRE RÁCIOS

Está a ser feita uma auditoria para apurar as imparidades da CGD e em consequência as reais necessidades de capital deste banco, em estreito contacto com o supervisor Banco de Portugal, BCE e Comissão Europeia. António Domingues sublinhou que a Caixa vai cumprir os rácios mínimos de capital de 8 pct.

"Se registar as imparidades ou o valor aproximado, o rácio não é o que tem hoje em torno de 11, mas será ... corrigirá, mas isso está completamente acordado com o BCE, não tem nenhum problema porque tem a capitalização em curso", disse.

Os rácios Common Equity Tier 1 (CET 1) Phased-in e Fully Implemented calculados de acordo com as regras da CRD IV/CRR, alcançaram em setembro de 2016 os valores de 10,2 pct e 9,3 pct, respetivamente.

"Se as imparidades são necessárias, elas não são necessárias agora. Já eram necessárias há três meses, há meio ano. Os créditos e situações de risco já lá estavam, do que se trata é do reconhecimento formal", referiu António Domingues.

O plano de recapitalização quantificou em cerca de 200 ME os custos com o desinvestimento de activos 'non core'. "É absolutamente necessário desinvestir de activos não-estratégicos".

A 27 de Novembro, António Domingues apresentou a sua demissão com efeito a partir de 1 de Janeiro.

Esta demissão seguiu-se a largas semanas de polémica com grande impacto político e mediático sobre a obrigatoriedade dos gestores públicos da CGD terem de entregar as suas declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional (TC).

"Trabalhámos intensamente nos últimos meses. Em Novembro o plano estratégico tinha sido desenhado, discutido linha a linha e aprovado pela Comissão Europeia", disse. (Editado por Sérgio Gonçalves)

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