Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 15 Out (Reuters) - Pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou nova deterioração no sentimento de gestores em relação ao mercado acionário brasileiro, em meio a crescentes preocupações com a guerra comercial, enquanto catalisadores benignos como novos cortes na taxa básica de juros já parecem estar no preço.
Apenas 47% dos entrevistados avaliam que o Ibovespa .BVSP ficará acima de 110 mil pontos até o final do ano, uma queda em relação aos 54% da pesquisa anterior, embora ainda acima do patamar atual, em torno de 104.000 pontos. Em julho, porém, esse percentual chegava a 87%.
O levantamento também mostra aumento na fatia que vê o dólar acima de 4 reais no final do ano, para 40% ante 22% no mês passado. Ao mesmo tempo, em termos de alocação, os níveis de caixa - sinal de 'risk off' - aumentaram para 4%, ante 3,4% na pesquisa anterior, acima da média histórica da pesquisa (3,6%).
Em relação a novos cortes da Selic, a maioria espera novos cortes até o final do ano, com 83% enxergando a taxa básica de juros a 4,75% ou abaixo e 37% estimando a 4,5% ou abaixo, com a fraqueza do real não parecendo ser um problema.
Ao responder a um questionamento da pesquisa se existe um nível da taxa de câmbio que impediria a Selic de ir abaixo de 5%, três quartos apontaram para níveis na faixa de 4,30 a 4,50 reais.
Em relação às reformas, 80% esperam que a reforma tributária seja aprovada no próximo ano.
Em relação ao que seria mais eficaz para trazer o crescimento de volta ao Brasil, considerando que o crescimento foi o principal obstáculo para que se tornassem mais construtivos, metade da amostra da pesquisa acha que o investimento no setor privado é mais necessário.
O levantamento foi realizada entre 4 e 10 de outubro, com a participação de um total de 30 painelistas com aproximadamente 64 bilhões de dólares em ativos sob gestão. (Por Paula Arend Laier Edição de Maria Pia Palermo)