Por Shrikesh Laxmidas
LISBOA, 28 Out (Reuters) - A Galp Energia GALP.LS deverá superar o 'guidance' do EBITDA de 1.300 milhões de euros (ME) este ano, suportada pelo bom desempenho das operações 'upstream', que deverão permitir a empresa bater a meta prevista para o ritmo de produção de crude no final de Dezembro, segundo o CEO e o CFO da petrolífera.
A 'oil&gas' anunciou hoje que o lucro líquido ajustado da teve uma queda homóloga de 36 pct para 115 ME no terceiro trimestre de 2016, penalizado pela descida da margem na refinação, que ofuscou a forte subida da produção no Brasil.
Adiantou que, entre Julho e Setembro de 2016, o EBITDA - lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização - também ajustado, desceu 6 pct face há um ano atrás para 384 ME.
"O grupo teve uma subida de 14 pct no EBITDA em cadeia, ou face ao segundo trimestre, mesmo com os ventos desfavoráveis do sector a continuarem a afectar a nossa performance em termos homólogos", disse Filipe Silva, Chief Financial Officer da Galp, numa teleconferência com analistas.
"Tendo dito isto, e com 10 meses já passados do ano, acreditamos que seremos capazes de bater o nível máximo do guidance para o EBITDA, de 1.300 ME, para o conjunto do ano," vincou.
No Capital Markets Day realizado em Março, a Galp anunciou que o EBITDA ficaria entre 1.200 ME e 1.300 ME, abaixo dos 1.560 ME do ano passado devido à queda abrupta dos preços do crude iniciada em Junho de 2014.
Filipe Silva frisou que o ultrapassar desta meta vai acontecer apesar de empresa planear desconsolidar, em Novembro e Dezembro, o EBITDA da Galp Gás Natural Distribuição, na qual vendeu um participação minoritária este ano.
Em 28 de Julho, a Galp anunciou que acordou vender 22,5 pct desse negócio de infraestruturas de gás natural em Portugal a um consórcio liderado pela japonesa Marubeni 8002.T , por 138 ME, numa operação na qual vai encaixar perto de 700 ME incluindo reembolsos de empréstimos.
O CFO explicou que o Capex atingiu os 244 ME no trimestre "e conforme esperado, a maior parte alocada às actividades de desenvolvimento no Brasil".
"Prevemos que o Capex para o conjunto do ano se fixe no ponto médio do intervalo do guidance, que é entre 1.100 ME e 1.300 ME", adiantou.
'EXIT' ACIMA ESPERADO
Carlos Gomes da Silva, Chief Executive Officer (CEO) da Galp, vincou ao analistas que o forte aumento da produção também vai levar a empresa a ultrapassar os objectivos para o final deste ano.
"Esperamos actualmente bater o nosso 'guidance' de produção para este ano, pois as operações estão decorrer em linha com o calendário, com um bom desempenho", disse na teleconferência.
Adiantou que o 'exit rate', ou seja, o ritmo de produção de crude no final do ano deverá ficar entre 82.000 e 85.000 barris por dia, 'working interest' - após pagos os impostos em espécie.
A Galp, que tem participações em blocos de produção de petróleo no pré-sal do Brasil, informou a 14 de Outubro que a produção 'working interest' subiu 62,1 pct em termos homólogos no terceiro trimestre, e 35 pct em relação ao segundo trimestre, para 74.000 barris por dia.
A produção 'net entitlement' - sem custos com direitos de exploração pagos aos Estados - aumentou 62,8 pct para 71.500 barris diários entre Julho e Setembro. acções da Galp sobem 0,2 pct, numa sessão em que o índice PSI20 .PSI20 desce 0,1 pct e o preço do barril de Brent LCOc1 desce 0,6 pct. (Por Shrikesh Laxmidas; editado por Daniel Alvarenga)