LISBOA, 3 Out (Reuters) - O Governador do Banco de Portugal quer que os bancos centrais de países parceiros de Língua Oficial Portuguesa trabalhem urgentemente para obterem a equivalência de supervisão do BCE, pois tal beneficiará os bancos portugueses naqueles países e as economias locais.
"No quadro da UE, as relações entre bancos centrais têm de contemplar a urgência de equivalência de supervisão. Se não houver, significa que os bancos portugueses nesses países têm de consumir mais capital para as operações. Significa tornar mais caro e menos atractiva (a actividade)", disse o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
A importância da equivalência patrimonial assumiu um papel central quando o Banco Central Europeu (BCE) retirou Angola da lista dos países equiparados e, por isso, exigiu ao BPI que reduza a sua participação de 50,1 pct no Banco Fomento de Angola de forma a resolver a sua sobre-exposição aos riscos naquele país.
"É do nosso interesse, Banco de Portugal, da comunidade bancária portuguesa, e dos nossos parceiros que consigamos rapidamente garantir o reconhecimento da equivalência", disse Carlos Costa, também membro do 'board' do BCE, num encontro em Lisboa entre os Bancos Centrais de Países de Língua Portuguesa.
"Não é fácil (ganhar equivalência com BCE) porque se trata de assumir Basileia II e III. Exige transferências significativas das directivas nos sistemas bancários locais", acrescentou.
"Mas os benefícios que significam para as economias locais superam de longe os custos de ajustamento. Estamos disponíveis para ajudar. É muito importante para todos", concluiu.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)