Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 18 Out (Reuters) - O Governo prevê que os incentivos pagos a investimento empresarial privado no quadro dos fundos europeus 'Portugal 2020' mais que dupliquem em 2017 para 1.000 milhões de euros (ME), disse o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, que vai apostar no investimento público em ferrovia.
Em 2016, o valor previsto destes incentivos pagos às empresas situa-se em torno de 450 ME. No conjunto de 2017, o Governo prevê 5.000 ME de investimento público e privado alavancado pelo Portugal 2020, segundo uma apresentação divulgada pelo gabinete do Ministro Pedro Marques.
O Portugal 2020 consiste num acordo entre Portugal e a Comissão Europeia, reunindo cinco fundos europeus estruturais e de investimento: FEDER, Fundo de Coesão, FSE, FEADER e FEAMP. No âmbito do acordo, Portugal vai receber 25.000 ME até 2020.
Entre Abril e Maio, a procura de empresas por apoios ao investimento atingiu um recorde nos 3.000 ME, dos quais 2.900 ME foi considerado elegível.
"Há transformação qualitativa do padrão de investimento, com um reforço nas indústrias de média e alta intensidade tecnológica", referiu o Ministério do Planeamento e Infraestruturas.
No Orçamento de Estado de 2017, o investimento público é visto a aumentar 750 ME face à execução estimada para 2016, resultando num aumento de 22 pct da formação bruta de capital fixo do sector público para 4.200 ME.
Destes, 1.000 ME do investimento da administração pública serão alavancados pelo Portugal 2020.
A aposta na Ferrovia é um eixo central.
"É um plano de investimento (em ferrovia) de mais de 2.000 ME ao longo, basicamente, desta legislatura, com alguma construção importante de nova via, mas sobretudo com muita reabilitação e renovação espalhada por todo o nosso território", disse o Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, em conferência de imprensa.
No total, entre 2016 e 2020, o investimento em ferrovia é visto ascender a 2.700 ME, com 1.193 km de intervenções. O investimento inclui a modernização dos Alfa Pendulares e outro material circulante.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)