Investing.com – A bolsa de Lisboa conseguiu escapar à pressão que dominou algumas praças do velho continente e terminou a sessão desta quarta-feira em terreno positivo.
O PSI 20 inverteu a tendência de perdas do início da jornada e avançou 0,41% para os 5.720,10 pontos, com sete cotadas em alta, 11 em baixa e duas inalteradas.
Em Portugal, o dia foi marcado por um misto de notícias. Desde logo o pedido de demissão apresentado pelo secretário de Estado do Tesouro, mas também os números do desemprego, que caiu pela primeira vez em dois anos. O Instituto Nacional de Estatística anunciou hoje que a taxa de desemprego em Portugal foi de 16,4% no 2.º trimestre, 1,3 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior, mas mais 1,4 pontos percentuais do que em igual período do ano passado.
Na praça lisboeta, os títulos do BES foram dos que mais impulsionaram o PSI 20. Mantiveram-se em alta ao longo da sessão e acabaram por valorizar 3,45% para cotar nos 0,75 euros.
Ainda no setor da banca, as ações do BCP recuaram 1,04% para os 0,095 euros e as do BPI 0,21% para os 0,968 euros. Os papéis do Banif mantiveram-se estáveis nos 0,012 euros.
As ações da Portugal Telecom também estiveram em destaque pela positiva. Lideraram, de resto, os ganhos no setor das telecomunicações somando 2,28% para os 2,876 euros. Em alta também terminaram os títulos da Sonaecom, com uma subida de 0,34% para cotar nos 1,746 euros. A Zon Multimédia foi exceção ao regredir 0,71% para os 4,319 euros por ação.
No setor energético, apenas a EDP escapou ao “vermelho”, com um avanço de 1,21% para os 2,666 euros. As ações da subsidiária EDP Renováveis recuaram 0,26% para os 3,811. Esse foi também o comportamento da GALP, com os papéis da petrolífera a cederem 0,56% para os 12,43 euros.
O peso pesado Jerónimo Martins, que tem estado sob forte pressão desde a apresentação dos resultados do primeiro semestre, fechou novamente em queda, a ceder 0,35% para os 14,25 euros. Já a Mota-Engil avançou, ligeiramente, 0,04% para os 2,692 euros por ação.
No velho continente, as praças europeias de referência encerraram em zona mista, com as perspetivas para a política monetária dos EUA e Reino Unido à cabeça dos investidores. O índice Eurostoxx 50 avançou 0,13% para os 2.794,44 pontos.
O FTSE londrino destacou-se pela negativa, a ceder 1,41%. Esta quarta-feira, o Governador do Banco de Inglaterra (BOE) afirmou que vai manter a taxa diretora no mínimo histórico de 0,5% enquanto a taxa de desemprego não recuar, aquém dos 7%. Para muitos este é um sinal de que a recuperação da economia do Reino Unido será lenta.
Por outro lado, na segunda-feira, nos EUA, o responsável pela Fed de Dallas, Richard Fisher, deixou avisos sobre a proximidade de uma retirada de estímulos à economia norte-americana. Ontem foi a vez de Charles Evans. O presidente da Fed de Chicago afirmou que, caso o crescimento económico e o emprego progridam como o esperado, a Fed deverá proceder à retirada dos estímulos económicos.
Ainda na Europa, o DAX alemão também terminou a recuar 0,47%, em dia de emissão de dívida.
O CAC francês contrariava esta tendência com uma alta de 0,15%. O MIB italiano e o IBEX madrileno avançavam 0,93% e 0,52% respetivamente.
Do lado de lá do Atlântico, os mercados acionistas norte-americanos acordaram no “vermelho”, prolongando as perdas da sessão de terça-feira. Os investidores não escondem o nervosismo sobre a possibilidade de retirada de estímulos a maior economia do mundo. O índice industrial Dow Jones continuava a ceder terreno, recuando 0,51%, enquanto o tecnológico Nasdaq cedia 0,68%. O S&P500 recuava 0,59%.