LONDRES, 1 Mar (Reuters) - O dólar subiu e os 'yields' do Tesouro norte-americano a curto prazo tocaram os máximos desde 2009 esta quarta-feira, com os investidores a manterem em foco as possibilidades crescentes de subida de taxas de juros nos EUA este mês, em detrimento do primeiro discurso do presidente Donald Trump no Congresso.
As acções de Wall Street tocaram máximos recorde no inicio da semana, enquanto os ganhos nas acções das empresas mineiras e dos bancos fizeram com que o índice 'blue-chip' FTSE 100 do Reino Unido atingisse o nível mais alto de todos os tempos, apoiado nas expectativas de aumento de taxas de juros nos EUA e nos preços mais altos dos metais.
Para a maioria dos actores do mercado, o discurso aguardado de Trump na terça-feira foi ofuscado pelos comentários de alguns decisores da Reserva Federal que indicaram que os mesmos estão preocupados com a espera prolongada pelo aumento das taxas de juros diante do aguardado estímulo económico de Washington. presidente da Fed de Nova Iorque, William Dudley - uma das mais influentes figuras do banco central dos EUA - disse que o cenário de endurecimento da política monetária tornou-se "muito mais atraente", enquanto o presidente da Fed de San Francisco, John Williams, dissesse que "não há necessidade de atrasar" aumento das taxas.
Tendo atribuído apenas cerca de 30 pct à possibilidade da Fed agir este mês antes dos comentários, os investidores estão agora a avaliar em 70 pct a possibilidade de uma subida em Março, segundo os dados da Reuters. A possibilidade de pelo menos uma subida de taxas até Junho é avaliada em 86 pct.
Os 'yields' do Tesouro norte-americano a dois anos US2YT=RR subiram para 1,308 pct, o seu nivel mais alto desde Agosto de 2009, enquanto a diferença entre os mesmos e os seus equivalentes alemães DE2YT=TWEB ficou no nível mais amplo desde 2000.
O índice do dólar, que mede a moeda face a um cabaz de outras moedas principais, subiu 0,7 pct para os níveis mais elevados de sete semanas. .DXY
Texto integral em inglês: (Reportagem por Jemima Kelly; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom; Editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)