LISBOA, 31 Out (Reuters) - O lucro líquido consolidado do operador postal CTT CTT.LS caiu 9,1 pct para 46 milhões de euros (ME), dentro do previsto, com uma queda das receitas nos principais segmentos e o aumento dos custos com o 'roll out' do BancoCTT.
O EBITDA, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações, desceu 14,9 pct para 82,9 ME. O EBITDA recorrente caiu 13,2 pct para 91 ME e margem EBITDA atingiu os 17,6 pct. O EBITDA recorrente excluindo o Banco CTT derrapou 2,3 pct para foi 105,1 ME, "contribuindo o Correio com 70 pct, os Serviços Financeiros com 27 pct e o Expresso e Encomendas com 3 pct".
Uma Poll Reuters previa lucro de 45 ME e EBITDA reportado de 83,5 ME. vendas caíram 5,6 pct para 497,3 ME nos nove meses, tendo os rendimentos operacionais totais recorrentes descido 3,9 pct para 517,1 ME, "com queda a dever-se essencialmente à redução do tráfego de correio registado (impacto em volumes e mix de preços), ao efeito extraordinário da colocação de Títulos da Dívida Pública em Janeiro de 2015".
Adiantou que também houve, "na área de Expresso e Encomendas, a saída de grandes clientes com contribuição negativa para a rentabilidade, nomeadamente na operação em Espanha, que deverá ser compensada por novos clientes nos próximos trimestres".
"(A) queda do tráfego de correio endereçado situou-se nos 3,1 pct, superior à verificada no primeiro semestre de 2016 (-2,2 pct) mas ainda dentro da prevista (entre -3 pct e -4 pct)", disse.
"A redução dos consumos dos grandes clientes é o motivo com maior peso nesta evolução, principalmente de correio registado".
Os gastos operacionais decresceram 1,6 pct para 426,1 ME, "com redução em todas as principais rubricas".
Até ao final de Setembro, "já com 106 agências em funcionamento, foram abertas mais de 45 mil contas de cerca de 60 mil clientes, através dos quais foi possível capturar mais de 180 milhões de euros em recursos".
Os gastos recorrentes do Banco CTT, nos nove meses do 2016, totalizaram 14,9 ME, "designadamente gastos com fornecimentos e serviços externos de 7,7 ME, sobretudo relacionados com sistemas de informação e transacionalidade (4,2 ME) e rendas e alugueres (0,7 ME), e gastos com o pessoal de 7,0 ME".
Esta área de negócio registou um EBITDA de -18,5 ME que inclui uma componente não recorrente de -3,9 ME, genericamente em linha com o que estava previsto.
Em Agosto, o operador postal alertou que a performance no primeiro semestre de 2016, por atrasos na implementação de algumas iniciativas e outros fatores, levou uma atualização do guidance para um crescimento moderado no EBITDA recorrente, excluindo o Banco CTT. analistas estavam particularmente atentos a novos sinais sobre as metas para este ano.
O Banco CTT terá um impacto negativo nos resultados dos CTT nos primeiros anos de atividade, mas "dada a elevada liquidez do balanço dos CTT e a capacidade de gerar cash flow, não se estima que esse impacto se venha a refletir na capacidade de pagar um dividendo de acordo com a política definida".
"Neste sentido, o Conselho de Administração está confiante que terá condições de propor aos acionistas o pagamento de um dividendo de 0,48 euros por ação (um crescimento de 2,1 pct face a 2015) relativo ao exercício de 2016, a pagar em 2017, consistente com a sua política de dividendos", referiu.
(Por Sérgio Gonçalves)