LISBOA, 21 Out (Reuters) - O lucro da Jerónimo Martins JMT.LS mais que triplicou para 330 milhões de euros (ME) no terceiro trimestre de 2016, apoiado em substanciais ganhos 'one off' com a venda da subsidiária Monterroio, mas saiu abaixo do esperado pelos analistas, com a margem da retalhista a estabilizar.
Em termos homólogos, o EBITDA - lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações - cresceu 6,5 pct para 239 ME e as vendas expandiram 7,1 pct para 3.780 ME, ambos praticamente em linha com o previsto.
No conjunto dos nove meses, a margem EBITDA estabilizou nos 5,8 pct. No crucial mercado da Polónia, onde a Jerónimo detém a Biedronka, esta margem melhorou 20 pontos base (pb) para 7,1 pct, enquanto que em Portugal recuou 10 pb para 5,3 pct.
Uma Poll da Reuters previa lucro de 343 ME, EBITDA de 240 ME e receitas de 3.732 ME. retalhista referiu que na Polónia, as promoções mantiveram-se na "ordem do dia e o ambiente concorrencial não deu sinais de abrandamento".
A inflação alimentar no país, embora baixa, aumentou ligeiramente para 0,9 pct no terceiro face aos 0,6 pct no primeiro semestre do ano, vincou.
Naquele mercado, nos primeiros nove meses do ano, as vendas totais da Biedronka cresceram 9,9 pct, em moeda local, com um aumento de 8,7 pct das vendas 'like for like'.
Até 30 de Setembro de 2016, a Biedronka inaugurou 50 lojas, alargando a sua rede para um total de 2.700 e continuou com o programa de remodelações em 145 lojas ao longo dos nove meses.
Em Portugal, onde detém a insígnia Pingo Doce, referiu que "a sensibilidade ao preço por parte dos consumidores portugueses manteve-se intacta e as promoções continuaram a dominar o ambiente competitivo".
"Na Colombia, a Ara chegou à região de Bogotá, sendo encorajadora a aceitação com que a nossa insígnia foi acolhida pelos consumidores na capital do país", disse o CEO Pedro Soares dos Santos.
"O desempenho dos primeiros nove meses do ano valida a estratégia definida e assegura a concretização dos objectivos a que nos propusemos para 2016".
Para o resto de 2016, a Jerónimo referiu que na Colômbia vai acelerar o plano de expansão, que inclui também, a partir de agora, a região de Bogotá.
"Este investimento está a originar um ligeiro aumento dos custos iniciais e como tal, as perdas, ao nível de EBITDA, geradas este ano pela Ara e Hebe, já impactadas pelos câmbios, deverão ficar marginalmente acima do registado em 2015", adiantou.
Ao nível do Grupo, frisou que o capex não deverá ultrapassar 550 ME, valor que consistia no limite inferior do intervalo anteriormente indicado.
"Nos nossos dois principais mercados, mantemos uma posição de reserva face à incerteza socioeconómica. Neste contexto, consideramos que os custos com pessoal poderão vir a colocar alguma pressão sobre as estruturas de custo", alertou. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Shrikesh Laxmidas)