Por Sergio Goncalves
LISBOA, 9 Ago (Reuters) - O lucro líquido da Sonae Sierra teve uma subida homóloga de 9 pct para 64,2 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2017, com menores custos financeiros, a contínua valorização das propriedades de investimento e melhoria do resultado operacional EBIT, disse a empresa que tem 48 centros comerciais na Europa e na América do Sul.
Adiantou que o resultado directo subiu 13 pct para 30,2 ME, "consequência de um aumento do EBIT - Earnings before Interest and Taxes - na Europa e no Brasil, e de melhores resultados financeiros".
Por seu turno, o resultado indireto subiu de 32,2 ME para 34 ME, "na sua maioria devido ao impacto positivo da compressão das taxas de capitalização na Europa, que permitiram uma valorização adicional das propriedades de investimento".
Os proveitos directos consolidados dos investimentos subiram 8 pct para 107,9 ME no primeiro semestre de 2017, o EBIT cresceu 6 pct para 50 ME, tendo os custos financeiros líquidos caído 15 pct para 11,6 ME.
"O crescimento da Sonae (LS:YSO) Sierra nos primeiros seis meses do ano confirma o sucesso da estratégia da Empresa e reflete a sua abordagem de gestão dinâmica", disse Fernando Guedes Oliveira, Chief Executive Officer (CEO) da Sonae Sierra (SA:SSBR3), em comunicado.
"A empresa continua a implementar a sua estratégia de reciclagem de capital, tendo concretizado aquisições através do fundo Iberia Coop, da Socimi ORES, com o Bankinter, e através da recente parceria com a AXA IM", explicou.
Adiantou que "o negócio de prestação de serviços manteve a rota de crescimento, em linha com os períodos anteriores".
A Sonae Sierra é detida em 50 pct pela Sonae SGPS e em 50 pct pela britânica Grosvenor Group Limited.
A empresa referiu que é proprietária de 48 centros comerciais com um valor de mercado de 7 mil ME, gere e/ou comercializa 77 centros comerciais com uma área bruta locável de 2,4 milhões de m2 e cerca de 9.100 lojistas.
Adiantou que, em termos operacionais, as vendas dos lojistas no portefólio europeu cresceram 6,9 pct - na Roménia, a subida foi muito significativa devido à abertura do ParkLake, em Bucareste.
Em Portugal, registou-se um aumento de 7,1 pct e em Espanha a subida foi de 5,2 pct, "refletindo a contínua recuperação económica. As vendas dos lojistas no Brasil também apresentaram um crescimento significativo de 7,3 pct em reais brasileiros.
A taxa de ocupação média do portefólio reduziu ligeiramente, para 95,8 pct, menos 0,3 pct relativamente a igual período de 2016, "devido a pequenas variações no portefólio global".
Na Roménia a taxa de ocupação média cresceu de 88,6 pct em junho de 2016 para os 95,5 pct, "resultado da abertura do ParkLake".
Na Europa, a taxa de ocupação média ficou nos 96,9 pct, em comparação com os 97,1 pct verificados no ano anterior e no Brasil, desceu ligeiramente, de 93 pct para 92,3 pct.
"O valor total das rendas cresceu 8,9 pct em relação ao período homólogo, tendo aumentado 9,7 pct na Europa e 6 pct no Brasil (em reais brasileiros), em ambos os mercados bem acima da taxa de inflação média neste período", disse a Sonae Sierra.
A Sonae Sierra calcula o seu NAV - Net Asset Value - com base nas normas publicadas em 2007 pelo INREV-European Association for Investors in Non-Listed Real Estate Vehicles.
Afirmou que, com base nesta metodologia, a 30 de junho de 2017 o NAV da Sonae Sierra atingiu 1,4 mil ME, descendo 1,8 pct face ao valor de dezembro de 2016.
Realçou que tal sucedeu "sobretudo devido ao pagamento de dividendos no valor de 74,8 ME e ao impacto adverso da desvalorização do real rrasileiro, que foram parcialmente compensados pelo resultado líquido do período".
Excluindo o efeito da variação da taxa de câmbio, o NAV teria aumentado 0,2 pct.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)