Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 28 Set (Reuters) - A MEO/Altice ATCA.AS , que lançou um 'bid' sobre a Media Capital MCP.LS , quer manter o acesso universal aos conteúdos e confia na previsibilidade e consistência dos reguladores, alertando que é crucial 'abraçar' a disrupção para ser competitivo, disse a Directora de Regulação e Jurídica da MEO.
"Pedimos previsibilidade e consistência. Num momento em que há de facto alteração de paradigma, temos uma entrada, e uma alteração absolutamente disruptiva no sector das telecomunicações, não só pelos media, como pelos OTT-over the top", disse Sónia Machado, Responsável pela Direcção de Regulação e Jurídica da MEO.
Antes, as Directoras Jurídicas da Vodafone e NOS exigiram que a operação seja chumbada pelos reguladores, defendendo que acarreta graves riscos de concorrência e de pluralismo. L8N1M94ZS
"A MEO disse e já demonstrou que não acredita no acesso exclusivo a conteúdos e que acredita no acesso universal a conteúdos. É uma postura bem conhecida pela Altice/MEO", disse Sónia Machado.
"Há que ter em conta que qualquer investimento se espera que dê retorno e (...) há a necessidade e vontade de retorno de investimento apostando em Portugal. É uma vontade manifesta com esta operação".
A 14 de Julho, a Altice acordou comprar os 94,60 pct detidos pela espanhola Prisa na Media Capital por 440 milhões de euros (ME). Esta participação é transmitida à MEO da PT, que anunciou uma OPA geral sobre o restante capital. claramente nos reguladores que temos em Portugal que já deram mostras de conseguir através das suas intervenções colocar o país na frente como no caso da fibra, que é manifesto", vincou Sónia Machado.
"Estamos todos a esquecer-nos que é a forma de competirmos globalmente com os OTT", frisou, referindo-se a tecnológicas como a Google e Facebook que concorrem cada vez mais com os serviços das telecoms.
Ontem, a CEO da Media Capital, Rosa Cullell, disse estar confiante que o pluralismo e liberdade de informação em Portugal são a 'norma' e assim continuará, frisando que operações como esta são importantes porque é preciso músculo financeiro para crescer e num sector muito competitivo e de declínio das receitas. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)