LISBOA, 1 Set (Reuters) - A operação de reforço de capital da estatal Caixa Geral de Depósitos (CGD) até 5.100 milhões de euros (ME) melhora a posição de crédito deste que é o maior banco de Portugal, mas é incerta a extensão dessa melhoria, segundo a agência de 'rating' Moody's.
Em 25 de Agosto, a Comissária Europeia da Concorrência chegou a um acordo de princípio com Portugal para uma injeção de 5.160 milhões de euros (ME) na CGD, incluindo uma tranche directa do Estado de 2.700 ME.
As Finanças explicaram que o "Estado Português fica autorizado a realizar um aumento de capital até 2.700 ME, a transferir as ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 ME e a converter 960 ME de instrumentos de capital contingentes (CoCo's)" em ações.
"A recapitalização é positiva para a posição de crédito da CGD, porque será feito em condições de mercado e de acordo em cumprimento das regras da União Europeia (UE) acerca das ajudas de Estado, o que evitará qualquer partilha de encargos sobre os instrumentos de dívida do banco como condição para a injecção de capital financiado pelo Governo", afirmou a Moody's.
Adiantou que o aumento de capital também reforçará a fraca capacidade do banco de absorver perdas relativamente aos seus elevados activos problemáticos e operações deficitárias.
"No entanto, a extensão da melhoria de fundamentos de crédito da CGD ainda é incerto dadas as informações limitadas sobre o momento da injecção de capital e de outras medidas para reforçar o capital, bem como detalhes sobre o plano de reestruturação que se seguirá à recapitalização do banco", avisou.
A Moody's atribui à CGD 'ratings' de B1/B1 'review for downgrade'; b3 'review direction uncertain'. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)