(Acrescenta citações do CEO Nuno Amado)
OEIRAS, 9 Nov (Reuters) - Os accionistas do Millennium bcp BCP.LS decidiram, em Assembleia Geral (AG), adiar para 21 de Novembro a votação sobre a subida dos limites de voto para 30 pct dos actuais 20 pct, cuja aprovação é uma condição para a entrada dos chineses da Fosun 0656.HK no capital do banco, disse fonte oficial do BCP.
"A AG decidiu adiar a votação do ponto 2 (relativo à subida do limite de voto para 30 pct) para 21 de Novembro", disse fonte oficial do BCP.
O Chief Executive Officer (CEO) Nuno Amado explicou que, "dado que relativamente esta proposta da Fosun ainda está em discussão, em análise, em alinhamento de interesses, para que se possa tomar uma decisão final sobre esse tema, e ainda não foi tomada, houve o adiamento da AG".
"Ou seja as negociações estão a decorrer de forma adequada e pensamos que dia 21 podemos ter condições (para fechar o acordo)Estamos no bom sentido, mas não concluímos e, como não concluímos, houve um adiamento", afirmou Nuno Amado.
Frisou que há um "conjunto de aspectos que estão a ser trabalhados e alinhados, quer de natureza de negócio e supervisão, que tem o seu tempo".
"Houve um adiamento de cerca de 15 dias porque é a melhor data que pensamos ter para que este assunto esteja resolvido, para que possa ser votado", afirmou.
Na AG de hoje esteve 35 pct do capital do banco representado.
Os quatro maiores actuais accionistas do BCP são a angolana Sonangol, o espanhol Sabadell, a EDP (SA:ENBR3) EDP.LS e a Interoceânico, tendo estes sido os proponentes da subida dos direitos de voto para 30 pct.
No passado dia 3 de Outubro, O Chief Executive Officer (CEO) do Millennium bcp disse que prevê que as negociações com vista à entrada dos chineses da Fosun no capital tenham sucesso, estando focado em melhorar a rentabilidade deste e enfrentar as dificuldades criadas pelas baixas taxas de juro. 30 de Julho, o BCP recebeu uma carta da Fosun, com uma proposta firme para subscrever um aumento de capital reservado unicamente a si, a um preço não superior a 0,02 euros por acção, um valor que tinha sido fixado antes do reagrupamento das acções.
Desta forma, a Fosun deteria inicialmente 16,7 pct, podendo esta subir a participação, através de operações em mercado secundário ou de aumentos de capital, para entre 20 pct a 30 pct, desde que o 'board' proponha à Assembleia Geral o limite de votos para 30 pct, contra os 20 pct. (Por Sérgio Gonçalves; Escrito por Daniel Alvarenga; Editado por Patrícia Vicente Rua)