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NOVA 1-EDP vende 6 barragens Portugal consórcio da Engie por 2.210 ME

Publicado 19.12.2019, 18:04
Atualizado 19.12.2019, 18:07
© Reuters.  NOVA 1-EDP vende 6 barragens Portugal consórcio da Engie por 2.210 ME

(Acrescenta com comentários CEO e CFO EDP (SA:ENBR3))

Por Sergio Goncalves

LISBOA, 19 Dez (Reuters) - O maior grupo industrial de Portugal, EDP-Energias de Portugal EDP.LS , vendeu 6 barragens em Portugal com capacidade de 1.689 MW a um consórcio liderado pela francesa Engie ENGIE.PA por 2.210 milhões de euros (ME), anunciou a EDP.

Estas centrais hídricas totalizam 1.689 MW de capacidade instalada na bacia hidrográfica do rio Douro: 3 centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) com 1,2 GW de capacidade instalada; 3 centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro) com 0,5 GW de capacidade.

"A EDP está a reduzir a volatilidade dos lucros e a reforçar o perfil de risco do negócio da EDP", disse o CEO António Mexia numa conference call com analistas, realçando "a cristalização considerável de valor do plano de investimentos hídricos".

"Estamos totalmente focados em cumprir nossos compromissos (...) estamos a caminho de cumprir nosso plano estratégico. Estamos obter um grau de investimento sólido a médio prazo".

A EDP disse que " valor da transacção acordado representa um Enterprise Value de 2.210 milhões - com o equity value sujeito a ajustamentos até à conclusão da operação".

Em 2018, ano em que o índice de produtividade hidroelétrica em Portugal foi de 1,05x, o EBITDA deste conjunto de activos ascendeu a 154 ME.

O Chief Financial Officer (CFO) Miguel Stilwell disse que a transação foi realizada com um EV/EBITDA múltiplo implícito de 14,4 vezes "significativamente acima" do consensus de analistas para activos hidro da Ibéria com a soma das partes (SOP).

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"Esta transação tem como objectivo a optimização do portefólio, reduzindo a exposição à volatilidade hídrica e de preço de mercado, reforçando o perfil de baixo risco do negócio e o nível de endividamento", disse a EDP em comunicado.

A 12 de Março, a EDP anunciou que planeia investir 12.000 ME até 2022 para impulsionar a aposta em renováveis sobretudo na América do Norte e Europa, prevendo encaixar mais de 6.000 ME com rotações e vendas de activos, reduzindo a exposição na Ibéria. A venda de activos na Ibéria era estimada em 2.000 ME.

"Esta transação, combinada com uma forte visibilidade do plano de crescimento "contribuem de forma decisiva para a execução do Plano Estratégico 2019-22".

Apesar desta venda, "a EDP manterá a sua posição de liderança em Portugal, com uma capacidade de geração hídrica instalada de 5,1 GW e continuará a ser o segundo maior operador hídrico na Península Ibérica".

Mexia disse que o "plano de alienação melhora o perfil de risco e reforça o balanço": a Dívida Líquida/EBITDA é vista a fixar-se num nível inferior a 3,2 vezes em 2020 contra 4,0 vezes em 2018.

A conclusão da transacção está prevista para o segundo semestre de 2020, estando ainda pendente das aprovações societárias e regulatórias aplicáveis.

A Engie tem uma participação de 40% do consórcio, o Crédit Agricole Assurances 35% e Mirova - Grupo Natixis - 25%.

Em Maio, a francesa Engie ENGIE.PA e a EDP anunciaram uma 'joint venture' 50/50 com o objetivo de se tornar o número dois mundial da energia eólica offshore, depois da dinamarquesa Orsted ORSTED.CO , prevendo investir 15 mil milhões de euros (ME) (16,7 mil milhões de dólares).

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ANTECIPA DESCARBONIZAÇÃO

A EDP anunciou ainda que a perda de competitividade das centrais a carvão decorrente do do processo de transição energética em Portugal terá um custo extraordinário de 300 milhões de euros (ME) e um impacto negativo de 200 ME no lucro este ano.

O maior grupo industrial português realçou, contudo, que este custo não terá impacto ao nível da política de dividendos, anunciada em Março de 2019, que definiu o montante mínimo de dividendo anual para o período 2019-2022 em 0,19 euros por acção.

Portugal foi o primeiro país a comprometer-se com a neutralidade carbónica até 2050, tendo o Parlamento declarado estado de emergência climática em Julho. Em Outubro último alterou o 'deadline' para o fecho das centrais a carvão de 2030 para 2023.

"A aceleração do processo de transição energética ao longo do ano de 2019 implicou uma deterioração material das perspectivas de rentabilidade das centrais eléctricas a carvão no mercado Ibérico".

Acresce que a competitividade destes activos é penalizada pelo aumento do preço das licenças de emissões de CO2, a redução dos preços do gás, assim como a perspectiva de aceleração do crescimento da capacidade instalada de energias renováveis", salientou a EDP em comunicado.

Adiantou que se prevê a manutenção de uma elevada carga fiscal sobre estes activos, bem como uma vontade política de antecipação dos prazos de encerramento destas centrais.

"A incorporação deste cenário nos testes de imparidade anuais, em cumprimento da norma contabilística IAS 36, irá resultar num custo extraordinário de 0,3 mil ME, a contabilizar no exercício de 2019, e correspondente impacto negativo de 0,2 mil ME ao nível do resultado líquido", frisou.

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A energética realçou ainda que mantém a sua posição de liderança na transição energética, com uma estratégia clara de crescimento focado em renováveis. Em 2005, as energias renováveis representavam apenas 20% da produção de electricidade da empresa, tendo aumentado para 66% em 2018.

"Dado o elevado investimento em curso em energia eólica e solar e o contexto acima descrito para as centrais a carvão, é expectável uma convergência mais célere para os nossos objectivos de sustentabilidade para 2030, nomeadamente de 90% de produção com origem renovável e de redução das emissões específicas em 90% face a 2005, reforçando a posição de liderança da EDP em renováveis entre as empresas eléctricas europeias", vincou.

Mexia disse que agora a trajetória em direção à EDP "metas de descarbonização para 2030 deverão ser significativamente antecipadas".

(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

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