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Por Sergio Goncalves
LISBOA, 24 Jan (Reuters) - A empresa de engenharia Efacec anunciou que a empresária angolana Isabel dos Santos, que tem o controlo da empresa, decidiu sair da estrutura accionista, disse a empresa em comunicado.
Isabel dos Santos foi constituída arguida na passada segunda-feira pela Procuradoria Geral de Angola.
"Isabel dos Santos, informou o Conselho de Administração que decidiu sair da estrutura accionista da Efacec Power Solutions, com efeitos definitivos", afirmou a Efcacec em comunicado.
Adiantou que Mário Leite da Silva renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Administração e o Jorge Brito Pereira, renunciou ao cargo de Presidente da Assembleia Geral da Efacec Power Solutions, "ambos com efeito imediato".
A participação de Isabel dos Santos foi comprada em 2015 e custou cerca de 200 milhões de euros (ME).
A filha do ex-presidente de Angola também está vendedora da sua participação de 42,5% no banco português Eurobic, após a Procuradoria Geral da República (PGR) angolana a ter constituido arguida por desvio de fundos da petrolífera angolana Sonangol.
A empresária angolana detém 50% da ZOPT, que possui 52% da NOS NOS.LS . A outra metade da ZOPT pertence à Sonae YSO.LS .
Na Galp, Isabel dos Santos tem uma participação indirecta em cascata: tem 40% da Esperaza, que detém 45% da Amorim Energia e esta, por sua vez, tem 33,3% da petrolífera portuguesa.
A petrolífera angolana Sonangol tem os restantes 60% da Esperaza.
O regulador do mercado de capitais CMVM lançou nos últimos três dias novas acções de supervisão à actuação de auditores e empresas, como a telecom NOS NOS.LS e a 'oil' Galp (LS:GALP) GALP.LS, na sequência das relevantes informações reveladas no 'Luanda Leaks', disse ontem a presidente da CMVM.
Gabriela Figueiredo Dias frisou que "o conjunto de informação que surgiu nos últimos dias, com o Luanda Leaks, é de uma riqueza enorme... é de enorme relevo para a CMVM".
Angola pode emitir um mandado de prisão internacional para Isabel dos Santos se ela não cooperar com uma investigação de fraude na qual foi apontada como suspeita, segundo o seu promotor principal.
Ela nega as irregularidades.
Ontem, em comunicado enviado à Reuters, Santos negou qualquer irregularidade e disse que "procuraria esclarecer nossa posição em relação às últimas acusações".
"Sempre trabalhei dentro da lei e todas as minhas transações comerciais foram aprovadas por advogados, bancos, auditores e órgãos reguladores", afirmou. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)