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Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 28 Abr (Reuters) - O grupo José de Mello e o fundo britânico Arcus venderam 81,1% da maior concessionária de autoestradas de Portugal Brisa BAEP.UL a um consórcio de investidores internacionais, com a transacção a avaliar a empresa em mais de 3.000 milhões de euros (ME).
O consórcio é constituído por três investidores institucionais: a APG, gestora de ativos da ABP, o fundo de pensões dos funcionários públicos e do setor da educação dos Países Baixos; o NPS, serviço nacional de pensões da República da Coreia; e a SLAM, gestora de ativos da Swiss Life, a maior seguradora do ramo vida na Suíça.
"(O negócio) valoriza a empresa em mais de 3.000 ME ... o consórcio comprador tem experiência acumulada na gestão de empresas de infraestruturas, uma visão de longo prazo nos investimentos que realiza", disse o grupo José de Mello em comunicado.
Afirmou que, "no atual contexto económico de grande adversidade" devido à crise económica gerada pelo coronavírus, "este negócio, que é um dos maiores investimentos estrangeiros realizados em Portugal nos últimos anos, é um sinal de confiança de investidores internacionais na economia portuguesa".
A aquisição será realizada através de um veículo integralmente detido, direta e indiretamente, pelo consórcio, e conjuntamente controlado pela APG e pelo NPS.
"Este investimento na Brisa, realizado em representação do nosso cliente de fundos de pensões ABP, corresponde à nossa estratégia de proporcionar rendimentos estáveis e a longo prazo nos principais ativos de infraestruturas a nível mundial", disse Jan-Willem Ruisbroek, Chefe da Estratégia Global de Investimento em Infraestruturas na APG.
A Brisa opera uma rede de 17 autoestradas e seis estradas nacionais, cobrindo 1.628 km. A sua principal concessão BCR de 12 auto-estradas termina em 2035.
O acordo celebrado configura uma parceria estratégica de longo prazo com o grupo José de Mello, "que permanece como acionista de referência da Brisa, com uma posição representativa de 17% dos direitos de voto e com participação ativa na gestão".
"Esta parceria (...) representa uma oportunidade única para a Brisa reforçar e acelerar o seu posicionamento na área da mobilidade", disse Vasco de Mello, que permanecerá como presidente do Conselho de Administração.
A conclusão do negócio está dependente de aprovação das entidades reguladoras competentes e deverá ocorrer no decurso do terceiro trimestre deste ano.
Através de participações diretas e indiretas, o grupo José de Mello detinha 57,3% dos direitos de voto da Brisa, enquanto a Arcus tinha 40%.
O Grupo José de Mello foi assessorado pela Rothschild & Co e pelo Caixa – Banco de Investimento. (Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)