(Acrescenta background, citações ministro Infraestruturas)
Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 1 Jul (Reuters) - A TAP-Air Portugal poderá ter uma solução estável em breve, disse o primeiro ministro António Costa, enquanto o Governo está a negociar com os accionistas privados e os jornais referem que pode renacionalizar a companhia de bandeira nacional.
"A TAP está a caminho de ter uma solução estável que assegure a Portugal manter a companhia", disse António Costa aos jornalistas.
Adiantou que "senão hoje, nos próximos dias, teremos uma solução" e que, "se tivesse de apostar, diria hoje mesmo".
Ontem, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que o Governo ainda está a negociar com os accionistas privados da TAP uma solução viável para a companhia, mas está pronto para todos os cenários e não cederá.
Estas declarações, no Parlamento, seguiram-se à notícia do Expresso de que o Governo iria avançar para a nacionalização da TAP, mas o ministro não confirmou, nem negou que já houvesse decisão sobre uma nacionalização.
Na segunda feira, o Estado, que detém 50% da TAP, propôs à Atlantic Gateway, um consórcio privado liderado por David Neeleman que detém 45%, um conjunto de condições para haver um empréstimo de resgate de 1,2 mil milhões de euros do Estado, mas a proposta foi chumbada na Administração pelos privados.
"Neste momento, estamos preparados para tudo, nós não vamos ceder. Se o privado não aceitar as condições do Estado português, nós temos de intervencionar a companhia, nacionalizar", avisou ontem Pedro Nuno Santos.
Em Abril, a TAP pediu ajuda pois a empresa, que normalmente opera cerca de 2.500 voos por semana, foi forçada a suspender quase todos, porque a procura por viagens caiu com a pandemia de coronavírus. prejuízos da TAP-Air Portugal dispararam para 395 milhões de euros (ME) nos três meses de 2020, contra 106,6 ME há um ano, com uma forte queda de passageiros em Março após os 'lockdowns' do país e exterior devido à pandemia do coronavirus.
(Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony; Editado por Patrícia Vicente Rua)