(Adiciona dados, informação do comunicado de imprensa)
Por Catarina Demony
LISBOA, 22 Mar (Reuters) - A TAP TAPA.UL acabou 2018 com 118 milhões de euros (ME) de prejuízo, um ano "díficil" para a companhia aérea nacional, disse o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, na sexta-feira.
David Neeleman, líder da Atlantic Gateway, consórcio privado que tem 45 pct da TAP, realçou que prossegue o esforço de reestruturar e limpar o histórico do grupo TAP no âmbito de uma estratégia que visa a preparação da companhia aérea para uma futura dispersão em bolsa, segundo o ECO.
"O ano de 2018 foi difícil para a TAP quer em termos operacionais, quer em termos económicos e financeiros," disse Frasquilho durante uma conferência de imprensa em Lisboa.
Os maus resultados registados em 2018 comparam com um lucro de cerca de 21 ME em 2017.
"Mas foi um ano (2018) que não comprometeu o nosso futuro," Frasquilho defendeu, frisando que permitiu à TAP "continuar a criar raízes para que o plano estratégico possa ser implementado como previsto".
Segundo um comunicado, 80 pct do prejuízo do ano passado foi "direcionado para iniciativas essenciais à transformação da TAP com vista à melhoria da rentabilidade sustentada futura".
Do prejuízo de 118 ME, 95 ME são custos não recorrentes e extraordinários, adiantou a empresa. O aumento do preço do petróleo, que subiu 32 pct entre 2017 e 2018, também prejudicou a empresa, de acordo com a mesma.
Apesar do grande prejuízo, a empresa disse que a receita da TAP em 2018 ascendeu a 3.251 ME, face a 2.978 ME no ano anterior, uma subida de 9,1 pct.
"(Este) incorpora a expansão do mercado dos EUA mas também, pela negativa, o efeito da desvalorização cambial no Brasil que causou a diminuição das receitas deste que é o principal mercado externo da TAP," disse.
O total de custos operacionais teve um crescimento de 14,7 pct em 2018, "decorrente essencialmente à existência de custos de natureza extraordinária e não recorrente".
Explicou que os "custos extraordinários com irregularidades são consequência do cancelamento de 2490 voos que obrigaram ao aluguer de aviões de substituição com tripulações e ao pagamento de indemnizações a passageiros, no total de cerca de 41 ME".
"Depois deste período, foram alcançados acordos sindicais que asseguram a paz social na empresa nos próximos cinco anos," referiu a TAP.
(Por Catarina Demony Editado por Patrícia Vicente Rua e Sérgio Gonçalves)