(Acrescenta informação e citações)
* Volume negócios grupo sobe 7,5%, cresce 25% em África
* Carteira encomendas 5,2 mil ME, dos quais 75% fora Europa
* Guidance capex 2019 na parte superior intervalo 150-180 ME
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 29 Ago (Reuters) - O lucro líquido consolidado atribuível da Mota-Engil teve um aumento homólogo de 42% para 8 milhões de euros (ME) nos seis meses de 2019, com o volume de negócios a bater um recorde semestral, suportado por fortes vendas em África, anunciou a empresa.
A maior construtora portuguesa disse que o volume de negócios consolidado cresceu 7,5% para 1.344 ME, "influenciado pelo crescimento significativo de 25% da atividade em África" para 453 ME, "mantendo a tendência de crescimento acentuado que se verifica desde o segundo semestre de 2018".
Na Europa, o volume de negócios situou-se nos 407 ME, em linha com o período homólogo, enquanto na América Latina caiu 6% para 457 ME, mas esta região manteve-se como o maior contribuinte para as vendas.
"O volume de negócios foi impulsionado por uma forte atividade na África", disse numa apresentação, em que refere que tem a expectativa que o 'top line' mantena o ritmo de crescimento na casa dos 7% no segundo semestre de 2019.
"Moçambique mostrou um crescimento muito forte em paralelo com o de novos mercados ocidentais e orientais (...) Angola apresentou um crescimento razoável no primeiro semestre, mas a sua actividade irá acelerar no futuro com uma aceleração da execução da carteira de encomendas", adiantou.
As vendas na Europa incorporaram uma recuperação da área de engenharia e construção em Portugal, adiantou.
O EBITDA do grupo cresceu 10% para 194 ME, tendo crescido 39% para 59 ME na América Latina e 11% para 91 ME em África, enquanto na Europa desceu 13% para 41 ME.
A margem EBITDA consolidada situou-se na casa dos 14%, sendo que em África se fixou nos 20%, na América Latina nos 13% e na Europa nos 10%.
BOAS PERSPECTIVAS
A carteira de encomendas, barómetro fundamental da tendência futura de atividade, atingiu em Junho os 5,2 mil ME, com África a representar 51%, a Europa 25% e a América Latina 24%. No final de 2018, a carteira de encomendas ascendia a 5,5 mil ME.
Em junho, a atividade de engenharia & construção (E&C) representou 87% da carteira de encomendas, com esta a representar 1,9 vezes as vendas, tendo após junho de 2019 já sido fechadas várias novas encomendas.
A carteira de encomendas em África da ordem dos 2.648 ME "permite antever uma evolução futura positiva nesta região que tem Angola e Moçambique como mercados chave, a par de um conjunto de outros mais recentes e cada vez mais relevantes no contributo para o Grupo".
"(Quanto à carteira de encomendas há) boas perspectivas comerciais para 2019, nomeadamente nos principais mercados como Portugal, Moçambique, Brasil e Colômbia", disse na apresentação.
O CAPEX fixou-se em 107 ME no primeiro semestre de 2019, contra 111 ME um ano antes, "sendo a sua maior parte efetuado em África e na América Latina, e relacionado com contratos de médio e longo prazo no segmento de Ambiente e Energia".
O guidance do CAPEX para 2019 é que se situe na parte superior do intervalo entre 150 e 180 ME.
Afirmou que "o Grupo manteve a sua dívida em 1.067 ME, com o indicador de Net Debt/EBITDA em 2,5x, mantendo o nível de sustentabilidade em linha com os objetivos traçados", destacando o crescimento de 26% do Cash Flow Operacional para 127 ME.
(Por Sérgio Gonçalves)