Investing.com – Os dados económicos positivos, mais até do que o esperado, divulgados esta quarta-feira determinaram o desempenho positivo das principais praças europeias e Lisboa acabou por acompanhar as congéneres, numa jornada de avanços e recuos constantes.
O PSI 20 inverteu a tendência de quedas do início da sessão e valorizou 0,41% para os 6.061,30 pontos, com nove cotadas em alta e 11 em baixa.
De acordo com os dados apresentados esta manhã pelo Eurostat, o PIB português cresceu 1,1% no segundo trimestre do ano, em comparação com o trimestre anterior, interrompendo assim um período de recessão técnica. Portugal foi o país que mais cresceu na União Europeia. A contribuir para o desempenho esteve sobretudo a aceleração expressiva das exportações, que cresceram 6,3% no segundo trimestre.
Em comparação com os três primeiros meses do ano, a economia da zona euro e da EU avançou 0,3% no segundo trimestre. Em termos homólogos mantiveram-se as quedas. O PIB na zona euro recuou 0,7% face ao segundo trimestre de 2012, enquanto na União Europeia a queda foi de 0,2%.
Por cá, a bolsa de Lisboa acabou por ser impulsionada pelo setor financeiro, com os ganhos do BES, corrigindo assim das quebras provocadas pela Portugal Telecom. O banco liderado por Ricardo Salgado destacou-se ao apreciar 5,19% para cotar nos 0,892 euros por ação. A acompanhar, BCP e BPI avançaram 1,9% e 1,75% para os 0,107 euros e 1,046 euros respetivamente. Os títulos do ESFG recuaram 0,19% para os 5,239 euros enquanto as ações do BANIF regrediram 8,33% para os 0,011 euros.
Também a puxar pelo mercado nacional esteve a Jerónimo Martins, com ganhos de 1,67% para os 15,56 euros, acompanhada pela Mota-Engil. As ações da construtora somaram 0,9% para os 2,797 euros.
A divulgação dos resultados da Portugal Telecom relativos ao primeiro semestre do ano, esta quarta-feira, era aguardada com expectativa e acabou por superar as estimativas dos analistas. Os primeiros seis meses do ano terminaram com um lucro de 284 milhões de euros, mais do dobro em relação a igual período do ano passado. Não fosse o anúncio da aprovação da redução do dividendo para 0,10 euros nos anos de 2013 e 2014 e as ações da empresa poderiam estar em alta. Em vez disso, a cotada acabou por pressionar o mercado nacional ao longo de toda a jornada e fechou a ceder 7,28% para os 2,93 euros.
Ainda no setor das telecomunicações, a Sonaecom acompanhou a tendência da PT com um recuo de 1,56% para 1,77 euros por ação. Os papéis da ZON Multimédia avançaram 0,13% para os 4,52 euros.
No setor energético a Galp avançou 0,12% para os 12,72 euros. A subsidiária EDP Renováveis cedeu 0,13% para os 3,845 euros enquanto a casa mãe apreciou 0,48% para os 2,713 euros.
No velho continente, os investidores estiveram divididos entre os dados que revelam que a zona euro está a sair da recessão e a tomada de mais valias. O índice Eurostoxx 50, que reúne as principais empresas da zona euro, inverteu a tendência negativa desta manhã e valorizou 0,37% para os 2.852, 08 pontos.
O CAC francês avançou 0,53%. Isto no dia em que o Instituto Nacional de Estatística gaulês anunciou que a economia do país saiu da recessão ao registar um crescimento inesperado de 0,5 % no segundo trimestre. O crescimento do PIB é atribuído à retoma do consumo interno.
Da Alemanha também chegaram notícias animadoras para os investidores. A maior economia da Europa, registou, no segundo trimestre, um crescimento superior às expectativas, de 0,7 %. O DAX subiu 0,27%. Já o MIB italiano somou 0,48% e o IBEX madrileno 0,35%. Em contra ciclo o FTSE londrino recuou 0,37%.
Do lado de lá do Atlântico Wall Street acordou com perdas e assim seguia com o índice industrial Dow Jones a ceder 0,52% e o tecnológico Nasdaq 0,21%. O S&P 500 regredia 0,38%. A maioria dos analistas antecipa o início do fim dos estímulos da Reserva Federal já em setembro, depois das palavras do presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockart.