LISBOA, 18 Nov (Reuters) - A 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos sobe 3 pontos base (pb) para 3,80 pct para máximos intraday de Junho, em linha com as pares da zona euro, que reagem ainda à vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, e apesar de uma semana de notícias positivas para a economia portuguesa.
"Neste momento, ao contrário do que aconteceu por vezes no passado, a subida da 'yield' não tem nada a ver com questões internas, com a trajectória de economia portuguesa, mas com um movimento geral no mercado," disse Miguel Gomes da Silva, director da sala de mercados do Montepio (LS:MPIO) Geral.
Segundo dados divulgados na terça-feira, a economia de Portugal disparou inesperadamente 0,8 pct em cadeia no terceiro trimestre de 2016, tornando mais fácil ao Governo cumprir a meta orçamental este ano e abrindo melhores perspectivas para o crescimento em 2017, segundo analistas. dia seguinte, a Comissão Europeia disse que não vai suspender os fundos europeus para Portugal e Espanha no próximo ano após terem quebrado regras orçamentais , tendo também defendido politicas orçamentais mais relaxadas na zona euro. destas notícias, a taxa da dívida 'benchmark' portuguesa continuou a subir, de 3,50 pct no fecho de terça-feira.
"Este movimento geral reflecte ainda a reacção dos mercados financeiros à vitória de Donald Trump nos Estados Unidos", frisou Gomes da Silva.
Explicou que as yields a longo prazo, incluindo as da dívida a 10 anos, reflectem as perspectivas sobre a inflação, e a percepção é que esta poderá disparar com o programa de investimento público que Trump quer implementar após ter vencido as presidencias de 8 de Novembro.
"Estamos a ver um alargamento das taxas em toda a dívida europeia, a alemã por exemplo estava nos -0,12 pct (no início de Outubro) e está agora nos 0,29 pct positivos. São ainda taxas muito baixas, mas é uma subida", disse Gomes da Silva.
No caso da equivalente de Espanha, esta passou de 1 pct para 1,63 pct no mesmo período, com países com maior risco, por exemplo devido a 'ratings' mais baixos, mais penalizados, como é o caso de Portugal também.
"Não é um caso particular de Portugal, embora em alguns dias a dívida portuguesa pode parecer mais penalizada, devido à menor liquidez", disse o gestor do Montepio.
Segundo o IFR, da Thomson Reuters, há alguma expectativa que Portugal possa ir ao mercado na próxima semana para colocar 'bonds', o que poderá estar a ajudar a impulsionar as yields nos mercado secundário, com os investidores a criarem espaço nas carteiras para a nova emissão. charges to 14-year high, bonds in full swing borrowing costs set for biggest two-week spike since debt crisis Portugal surpreende com disparo 0,8 pct em cadeia 3ro Tri'16, exportações aceleram Europeia decide não suspender fundos UE para Portugal e Espanha [Comissão Europeia decide não suspender fundos UE para Portugal e Espanha]
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Segue tabela com 'yields' Bonds: Obrigações Tesouro
Yield
Yield
Actual (%)
Anterior (%) Portugal 10 anos
+3,80
+3,77 PT10YT=TWEB
Portugal 5 anos
+2,17
+2,17
PT5YT=TWEB
Portugal 2 anos
+0,53
+0,54
PT2YT=TWEB
Alemanha 10 anos
+0,29
+0,27
DE10YT=TWEB
Espanha 10 anos
+1,60
+1,60 ES10YT=TWEB
Itália 10 anos
+2,01
+2,03 IT10YT=TWEB
Grécia 10 anos
+7,23
+7,49 GR10YT=TWEB
(Por Shrikesh Laxmidas; Editado por Sérgio Gonçalves)