LISBOA, 12 Out (Reuters) - A Pharol PHRA.LS vê o plano de reestruturação da Oi OIBR.SA submetido no tribunal como "muito positivo" e vai estudar formas de manter o uma participação o mais elevada possível na telecom brasileira, que depois ficará pronta para movimentos de 'fusão e aquisição', segundo o CEO da Pharol, Luís Palha da Silva.
"A Pharol avalia o novo adicional ao Plano de reestruturação como muito positivo para a própria Oi, por encerrar um capítulo de alguma indefinição nos temas de discussão na próxima Assembleia Geral de Credores e por ser o culminar de enormes esforços realizados pela Direcção da empresa para compatibilizar os interesses de todos os seus stakeholders", disse Luís Palha da Silva, em entrevista escrita à Reuters.
"Nesse sentido, podendo embora haver críticas de todos os quadrantes, como é natural quando se pede sacrifícios de todos, parece um plano equilibrado e atento a todos os interesses em jogo".
A Pharol é a maior accionista da Oi, detendo 25,7 pct da telecom brasileira, que submeteu ontem à noite um plano para reestruturar a sua dívida de 21.000 milhões de dólares, com uma proposta para limitar a troca de dívida por acções exigida pelos credores a 25 pct do capital.
"A Pharol está ciente de que num processo como este de reestruturação Judicial há que exigir sacrifícios de todos 'stakeholders' e, em particular, dos seus accionistas. Assim, não se opõe aos níveis de diluição muito exigentes da sua participação previstos no novo plano apresentados pelo Conselho de Administração da Oi".
"A Pharol estudará todos os cenários e admite vir a realizar os maiores esforços para manter a sua participação no mais alto percentual possível", adiantou.
O plano de reestruturação foi entregue num tribunal do Rio de Janeiro e os credores do maior processo de insolvência de sempre da América Latina vão votá-lo a 23 de Outubro.
A Oi propôs injectar até 9.000 milhões de reais, dos quais 6.000 milhões viriam de uma oferta de acções e o resto através de uma troca de dívida por acções.
"A Pharol crê que, uma vez aprovado o plano de reestruturação judicial, a Oi estará particularmente preparada para participar activamente em eventuais processos de M&A. E não só como alvo, como a pergunta sugere", frisou Luís Palha da Silva. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)