LISBOA, 29 Ago (Reuters) - O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, descartou um governo de coligação com a extrema-esquerda se, como esperado, o seu Partido Socialista ganhar a eleição a 6 de Outubro, mas ficar aquém de uma maioria parlamentar.
Sondagens de opinião mostram que os socialistas, que actualmente contam com o apoio dos dois partidos de extrema-esquerda no parlamento para aprovar legislação, têm cerca de 37-38% dos votos, o que significa que ainda precisariam do apoio de um outro partido para governar.
Mas Costa indicou que favoreceu a continuação do actual pacto no parlamento com um ou dois dos partidos de extrema-esquerda - os comunistas e o Bloco de Esquerda - em vez de qualquer coligação formal na qual eles teriam ministros no governo.
"É melhor não arruinar uma boa amizade com um mau casamento", disse Costa ao canal TVI na quarta-feira à noite. "Não é uma boa ideia tentar complicar a nossa vida política quando já temos cenários de risco no exterior".
"O país precisa manter a estabilidade e boas políticas. Uma das chaves para a estabilidade na última legislatura foi que cada partido manteve a sua identidade. Se tivéssemos uma coligação formal, a solução teria sido muito menos estável", acrescentou. Texto original em inglês: de Andrei Khalip, Traduzido para português por Luis Alexandre Moreira em Gdynia Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)