LISBOA, 18 Nov (Reuters) - O prejuízo da Caixa Económica Montepio MPIO.LS agravou-se 14 pct em termos homólogos para 67,5 milhões de euros (ME) nos nove meses de 2016, penalizado por custos de reestruturação, desvalorização de activos e pela contribuição para o Fundo de Resolução da banca.
O banco incorreu 32 ME de custos de reestruturação, com a redução da sua estrutura e pagou 26,4 ME de contribuição para o sector bancário, no âmbito do Fundo de Resolução.
Sofreu ainda um impacto de 52,2 ME da desvalorização de ativos financeiros do sector das telecomunicações e de fundos de reestruturação empresarial, "bem como da relevação contabilística do 'earn-out' de um ativo financeiro".
O rácio de crédito e juros vencidos há mais de 90 dias agravou 1,2 pontos percentuais para 9,1 pct.
A Caixa Económica Montepio pertence ao Grupo Montepio, que também é dono da seguradora Lusitania e da Fundação Montepio.
Pela positiva, a margem financeira, diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos, expandiu 10,3 pct para 201,1 ME. "Para (a variação da margem) contribuiu a aplicação de uma rigorosa política de repricing e a redução da dívida emitida, ao ser substituída por fontes de financiamento menos onerosas".
O rácio Common Equity Tier 1 (CRD IV / CRR-phasing-in) reforçou-se em 1,1 pontos percentuais face há um ano atrás para 10,4 pct.
"O reforço dos rácios de capital reflete o efeito combinado do incremento dos fundos próprios de 7,2 pct e da redução dos ativos ponderados pelo risco", explicou o banco.
O crédito a clientes bruto recuou 3,5 pct para 15.386 ME.
Os depósitos de clientes aumentaram 0,3 pct para 12.593 ME.
O Montepio cortou o número de colaboradores em 250 para 4.182 e o número de balcões em Portugal para 331, menos 91 que há um ano atrás.
No terceiro trimestre teve um resultado líquido positivo de 144 ME. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)