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PSI 20 afunda 5,31% pressionado pelo setor da banca

Publicado 03.07.2013, 17:27
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Investing.com – A instabilidade política vivida em Portugal parece ter vindo para ficar. Em pleno olho do furacão, a bolsa de Lisboa viveu uma verdadeira jornada negra, com a maior queda desde abril de 2010. O PSI 20 terminou a sessão em forte baixa, a desvalorizar 5,31% para os 5.236,49 pontos.

As atenções da imprensa internacional voltam-se para o país e os discursos de que os planos de regresso gradual aos mercados estão mais distantes, podendo dar origem a um novo resgate, intensificam-se, a par das comparações com o caso grego.

A aparente credibilidade conquistada nos últimos tempos depressa se esfumou, com a substituição de Vítor Gaspar, o “arquiteto da austeridade”, no ministério das Finanças. O pedido de demissão apresentado mais tarde pelo ministro Paulo Portas agravou ainda mais a espiral de pessimismo.

Entre os investidores a fuga tornou-se palavra de ordem e ao longo do dia as cotadas no principal índice da praça lisboeta não conseguiram sequer aproximar-se da zona de ganhos.

O vermelho dominou com a banca, o setor mais exposto ao risco da República, a castigar fortemente o PSI 20. O Banif liderou as perdas, com um tombo de 14,13% para os 0,079 euros por ação. O BCP caiu 12,9% para os 0,081 euros por ação. O Bes perdeu 10,95% e o BPI 8,44% para os 0,545 euros e 0,825 euros respetivamente.

A Mota-Engil também pressionou fortemente a praça lisboeta com uma queda abrupta de 9,32% para os 2,13 euros por ação acompanhada pela Sonae Indústria que perdeu 10,36% para os 0,45 euros.

Os juros associados à dívida portuguesa continuaram a subir em todas as maturidades. As “yields” a dois, três, quatro, cinco e seis anos disparavam mais de 100 pontos base. O “spread” em relação à “bund” alemã subiu até aos 578 pontos.

As más notícias repercutiram-se no velho continente, com perdas generalizadas entre as praças europeias de referência. O índice Eurostoxx 50 terminou a jornada a perder 1,25% para 2.570,76 pontos.

A crise política que se vive em Portugal contagiou Espanha, provocando tensões no mercado da dívida soberana, com as “yields” a escalarem a todos os prazos. O Ibex madrileno terminou a sessão a cair 1,56%.

O FTSE londrino desvalorizou 1,17% e o CAC francês 1,08%. O MIB italiano escorregava 0,54% e Atenas perdia 0,58%.

O DAX alemão perdeu 1,03%, em dia de cimeira europeia em Berlim, convocada pela chanceler alemã para procurar fórmulas de estímulo ao emprego juvenil. Em plena crise governativa, Pedro Passos Coelho deslocou-se à Alemanha. O primeiro-ministro justificou a decisão pela necessidade de manter a “credibilidade” e confiança internacionais em Portugal.

Em conferência de imprensa, Passos Coelho deixou aos chefes de Governo e de Estado da União Europeia uma mensagem de confiança sobre a capacidade de Portugal superar as dificuldades que atingem o governo de coligação PSD-CDS.

O dia fica ainda marcado pela divulgação de dados sobre ritmo da recessão económica na zona euro. Em junho registou-se uma queda pelo terceiro mês consecutivo atingindo-se o nível mais alto dos últimos 15 meses, de acordo com índices da empresa de serviços de informação financeira Markit.

O indicador PMI (Purchasing Managers Index) da Markit da atividade na zona euro manteve-se abaixo dos 50 pontos, ao situar-se em junho em 48,7 pontos, mas acima do valor de 47,7 pontos verificado em abril. Um índice PMI inferior a 50 pontos significa contração, enquanto um superior indica expansão da atividade.

Do outro lado do Atlântico, as bolsas dos Estados Unidos também foram contagiadas pela crise que se vive em Portugal. Mas a pressionar os investidores está ainda a tensão que se vive no Egito. De acordo com os meios de comunicação locais já se contabilizam pelo menos 23 mortos nos confrontos entre os apoiantes do presidente Mohamed Morsi e os opositores.

Os dados sobre o emprego conhecidos esta quarta-feira parecem não ter tido força suficiente em Wall Street. Hoje ficou-se a saber que os pedidos de subsídio de desemprego diminuíram para 343 mil, menos cinco mil, na semana terminada a 29 de junho. Um sinal de que as entidades patronais estão mais ponderadas nos despedimentos, ao mesmo tempo que melhoram as prespectivas de crescimento na maior economia do mundo. O anúncio feito pelo Departamento norte-americano do Trabalho contrariou as previsões dos analistas.

Os principais índices norte-americanos abriram em terreno negativo, mas inverteram depois a tendência. O índice industrial Dow Jones valorizava 0,51% e o tecnológico Nasdaq 0,68%. O S&P 500 subia 0,17%.

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