Investing.com - A bolsa portuguesa está a ter dificuldades em acompanhar o sentimento positivo que domina entre as praças de referência do velho continente. O PSI 20 iniciou a semana a valorizar 0,05% para os 5.366,87 pontos.
No entanto, à medida que a sessão avançava o índice principal da praça lisboeta mantinha-se ligeiramente abaixo da linha de água, a perder 0,06%, com sete cotadas em alta, 12 em baixa e uma inalterada.
O PSD, PS e CDS já iniciaram as conversações em nome de um entendimento e no prazo de uma semana terão que "dar boa sequência aos trabalhos previstos para a procura de um compromisso de salvação nacional", invocado pelo Presidente da República. Por agora, o clima de incerteza sobre o futuro político português continua a ter impacto entre os investidores.
Os títulos do setor energético e da banca, mais exposta ao risco da República, eram os que mais contribuíam para as perdas na praça nacional. As ações da EDP e EDP Renováveis recuavam 0,37% e 0,9% para os 2,401 e 3,736 euros respetivamente.
O Banif destacava-se com um tombo de 4% para os 0,048 euros por ação. A acompanhar esta tendência estavam os títulos do BCP e BES, a cair 1,15% e 1,2% para os 0,086 euros e 0,577 euros respetivamente. Com uma queda mais modesta, as ações do BPI perdiam 0,23% para os 0,868 euros.
A Portugal Telecom também contribuía para este desempenho negativo, com uma queda de 1,85% para os 2,66 euros por ação.
À espera de um desfecho para a crise política instalada no país, os juros da dívida soberana de Portugal estavam hoje a descer a dois, cinco e dez anos face aos máximos de sexta-feira passada.
A impedir maiores perdas na praça lisboeta estavam as ações da Jerónimo Martins, com uma subida de 1,21% para os 15,84 euros e da GALP, a valorizar 1% para os 11,575 euros. Esta segunda-feira a petrolífera apresentou os indicadores operacionais referentes ao segundo trimestre do ano, mostrando um abrandamento da produção e uma subida das vendas diretas.
As notícias de que a economia chinesa cresceu 7,5% no segundo trimestre, em linha com a meta do Governo, contribuíram para a tendência de ganhos nos mercados acionistas asiáticos e estão a ter um impacto no positivo na Europa.
No velho continente, o índice Eurostoxx subia 0,73% para os 2.694,43 pontos. O CAC francês liderava os ganhos com uma subida de 0,89%. Ontem o presidente francês disse que a recuperação económica do país está em marcha e o facto de França ter sofrido um corte de "rating" por parte da agência de notação financeira Fitch parece não estar pesar na decisão dos investidores.
O FTSE londrino ganhava 0,87% e o DAX alemão 0,59%. O IBEX madrileno subia 0,76%, com o setor elétrico a corrigir as perdas da semana passada, apesar da crise instalada com o escândalo financeiro do caso Bárcenas, que envolve o executivo de Mariano Rajoy e o próprio primeiro-ministro. O MIB italiano apreciava 0,57%. Atenas também estava em terreno positivo, a ganhar 0,52%.
A agenda económica da semana será abundante em acontecimentos que prometem determinar o comportamento dos mercados. A começar pela libertação de resultados sobre as cotadas europeias e dos Estados Unidos bem como pela divulgação de indicadores macroeconómicos.