Investing.com - A bolsa de Lisboa encerrou a semana no "vermelho", contrariando a tendência positiva do início da sessão, à semelhança do que aconteceu entre algumas praças do velho continente.
Esta sexta-feira, o Presidente da República emitiu um comunicado no qual diz que os partidos que assinaram o memorando de entendimento em nome de um compromisso de salvação nacional devem concluir as negociações num curto espaço de tempo.
Também hoje se ficou a saber que o país pediu um adiamento da oitava avaliação da troika de forma a coincidir com a nona avaliação, usando como argumento o contexto político atual.
Perante este cenário de turbulência o PSI 20 terminou a jornada com uma queda de 1,09% para os 5.364,40 pontos, com sete cotadas em alta, doze cotadas em baixa e uma inalterada.
A castigar o índice principal da praça lisboeta esteve o setor energético com os títulos da EDP e EDP Renováveis a cairem 2,35% e 4,31% para os 2,41 euros e 3,77 euros respetivamente.
A Portugal Telecom também se destacou pela negativa, com uma queda de 3,18% para os 2,71 euros por ação.
No setor da banca, mais exposto ao risco da República, os títulos do Banif estavam em destaque com um tombo de 3,85% para os 0,05 euros, acompanhados pela desvalorização das ações do BES de 2,01% para os 0,584 euros. O BPI e o BCP impediram maiores perdas, com subidas de 1,52% e 1,16% para os 0,87 euros e 0,087 euros respetivamente, parecendo desta forma contornar a revisão de "rating" feita pela agência de notação financeira Standard & Poor's.
A liderar os ganhos na bolsa nacional esteve a Mota-Engil com uma subida de 3,26% para os 2,468 euros por ação.
A dívida soberana portuguesa manteve-se sobre pressão, com os investidores a penalizarem a incerteza que paira sobre o executivo e as taxas no mercado secundário a dispararem.
No velho continente, as praças de referência encerraram em zona mista, com o índice Eurostoxx 50 a cair 0,24% para os 2.674,87 pontos, em dia de divulgação de dados sobre a produção industrial na zona euro. Esta sexta-feira ficou a saber-se que a produção industrial na zona euro recuou 1,3% em maio, face ao mesmo mês do ano passado. Em contra-ciclo, Portugal registou a terceira maior subida entre os Estados-membros, 4,5%.
O IBEX madrileno destacou-se entre os perdedores europeus, com uma queda de 2,32%, fortemente pressionado pelo setor elétrico, perante a possibilidade do Governo realizar um corte nos preços regulados da distribuição da energia.
O MIB italiano escorregou 1,57% e Atenas perdeu 0,90%. O CAC francês acompanhou a tendência depressiva com uma quebra de 0,36%. O DAX alemão valorizou 0,66% e o FTSE londrino encerrou a sessão ligeiramente acima da linha de água a valorizar 0,02%.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street acordou a negociar em alta ligeira, com o bom desempenho dos bancos JP Morgan e Wells Fargo a impulsionar os ganhos. À medida que a sessão avançava o índice industrial Dow Jones cedia 0,25% e o tecnológico Nasdaq 0,08%. O S&P500 perdia 0,07%.