Investing.com – No rescaldo de uma semana “negra” agravada por uma inesperada crise política, a bolsa de Lisboa parece querer recuperar gradualmente das perdas registadas.
O PSI 20 terminou a sessão desta segunda-feira na linha da frente entre as congéneres europeias, a valorizar 2,25% para os 5.529,02 pontos, com 19 cotadas em alta e uma inalterada.
Os investidores reagiram com otimismo ao entendimento alcançado entre os partidos da coligação PSD-CDS, no governo. O acordo ainda necessita de uma validação do Presidente da República, mas afastou o cenário de eleições antecipadas, colocado na sequência do pedido de demissão, “irrevogável”, apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Paulo Portas acabaria por repensar a decisão ao ser proposto para o cargo de vice-primeiro-ministro responsável pela coordenação das políticas económicas e do relacionamento com a “troika”.
Ultrapassada a tempestade, a calma regressou à praça lisboeta, com o setor da banca a impulsionar os ganhos. Só os títulos do BCP subiram 6,9% para os 0,093 euros. As ações do BPI e do BES subiram 5,35% e 4,79% para os 0,926 euros e 0,635 euros respetivamente.
O Banif registou uma valorização de 1,18% para os 0,086 euros, no dia em que se iniciou a segunda fase do aumento de capital, num montante de cem 100 milhões de euros.
A puxar pela praça lisboeta estão ainda da Sonae e Sonaecom, que apreciaram 5,91% e 5,52% para os 1,63 euros e 0,727 euros respetivamente. De forma mais modesta, as ações da Sonae Indústria subiram 3,84% para os 0,487 euros.
O jornal “El País” avançou que estaria a ser preparada uma linha de crédito preventiva para o período em que Portugal regressar aos mercados, mas a notícia acabou por ter pouco impacto sendo depois desmentida por Bruxelas.
Nas restantes praças do velho continente, a jornada também foi de ganhos generalizados, em dia de reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.
A agenda do encontro, onde Maria Luís Albuquerque se estreia na pasta das Finanças, promete ser dominada por Portugal mas principalmente pela Grécia e pela discussão sobre o pagamento da próxima tranche de ajuda financeira a Atenas, que chegou a estar em risco caso não fosse alcançado um acordo entre o executivo grego e a "troika" sobre as reformas pendentes antes da reunião de hoje.
O índice Eurstoxx encerrou a sessão a valorizar 2,11% para os 2.650,85 pontos. O DAX alemão destacou-se pela positiva subindo 2,08%, no dia em que foram colocados 3.981 milhões de euros de dívida a seis meses, de novo, a uma taxa de juro negativa de 0,0035% num leilão com elevada procura.
Também hoje, o grupo de investigação Sentix revelou que o índice que mede o sentimento dos investidores na região da moeda única deslizou para 12,6 em julho face aos 11,6 em junho.
Ainda assim, o CAC francês e o FTSE londrino encerraram a sessão a subir 1,86% e 1,17% respetivamente. O IBEX madrileno apreciou 1,90% e o MIB italiano 1,71%. Atenas registava uma alta de 2,08%.
Do outro lado do Atlântico, as bolsas dos Estados Unidos abriram em alta, à espera do arranque da época de apresentação de resultados relativos ao segundo trimestre. À medida que a sessão avançava o índice industrial Dow Jones valorizava 0,4% e o tecnológico Nasdaq deslizava 0,06%. O S&P 500 subia 0,44%.