Investing.com – As principais praças europeias de referência encerraram a segunda sessão da semana em terreno positvo, mas Lisboa terminou a jornada no vermelho, depois de recuperar do impacto sofrido com o pedido de demissão apresentado por Paulo Portas. Isto no dia em que o Fundo Monetário Internacional divulgou a atualização do “World Economic Outlook”.
O FMI mostra-se pessimista, dizendo que a economia mundial deve crescer 3,1% do Produto Interno Bruto este ano e 3,8% no próximo ano. No que diz respeito à zona euro, o fundo prevê uma recessão mais profunda este ano, de -0,6% do PIB, com um crescimento de 0,95 no ano que vem.
No rescaldo do anúncio destes dados menos favoráveis, o PSI 20 encerrou a sessão ligeiramente abaixo da linha de água, a deslizar 0,04% para os 5.526,84 pontos, com nove cotadas em alta, dez em baixa e uma inalterada.
O setor da banca, que esta manhã puxava pelos ganhos na praça lisboeta, pressionou o PSI 20 com os títulos do Banif a depreciarem 16,28% para os 0,072 euros. O banco iniciou esta segunda-feira uma nova fase do plano de capitalização, mas a instituição tem vindo gradualmente a perder terreno, tanto mais que hoje se tornaram conhecidas notícias que falam dos riscos desta operação.
As ações do BCP e do BES escorregavam 1,08% e 0,79% para os 0,092 e 0,63 euros respetivamente. O BPI foi exceção à regra, com um aumento de 0,43% para os 0,93 euros por ação. A Portucel também impediu maiores ganhos na praça lisboeta recuando 1,12% para os 2,552 euros por ação.
Em destaque pela positiva estiveram os títulos da Galp, com uma valorização de 0,78% para os 11,65 euros. Esta quarta-feira, a petrolífera inaugura a Enerfuel. Trata-se da primeira fábrica em território nacional que produz biodiesel de matérias-primas classificadas como resíduos ou detritos, entre eles óleos usados e gorduras de animais, num investimento total de 8,5 milhões de euros.
A Sonae e a Sonae Indústria também terminaram em alta, a subir 0,69% e 1,64% para os 0,732 euros e 0,495 euros respetivamente. No entanto, foi a Mota-Engil que liderou os ganhos com uma valorização de 3,16% para os 2,353 euros por ação.
Nas restantes praças de velho continente, exceção de Madrid e Milão, o otimismo foi o sentimento dominante entre os investidores. O índice Eurostoxx 50 subiu 0,50% para os 2.664,14.
O DAX alemão valorizou 1,12%, o FTSE londrino 0,98% e o CAC francês 0,52%. Atenas perdeu 2,34%. O IBEX madrileno caiu 0,03% e o MIB italiano 0,06%, contagiados pelos dados divulgados pelo FMI.
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as previsões de crescimento para Espanha, apenas superada por Itália. Por outro lado a OCDE anunciou hoje que a taxa de desemprego atingiu os 12,2% na zona euro, em maio, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior e um máximo desde o início da década de 90.
Do outro lado do Atlântico, as bolsas dos Estados Unidos valorizam depois da Alcoa marcar o arranque da época de apresentação de resultados com boas notícias para os investidores.
A política monetária da Reserva Federal também está no centro das atenções dos investidores, até porque esta quarta-feira o presidente do banco central, Ben Bernanke, fará um discurso e serão publicadas as minutas da última reunião da Fed.
À medida que a sessão avançava o índice tecnológico Dow Jones registava ganhos de 0,4% e o tecnológico Nasdaq de 0,46%. O S&P 500 subia 0,57%