LISBOA, 10 Fev (Reuters) - O Millennium bcp BCP.LS vai melhorar a sua rentabilidade e ganhar capacidade de decisão estratégica, após ontem ter reembolsado antecipadamente ao Estado os últimos 700 milhões de euros (ME) dos caros instrumentos híbridos de capital Core Tier1 (CoCo's), segundo o Caixa Banco de Investimento.
O maior banco privado de Portugal, usando os fundos do aumento de capital, pagou a última tranche da ajuda pública, que tinha usado para reforçar o seu capital.
O Millennium bcp concluiu com sucesso um forte 'cash call' de 1.330 ME e o banco prevê um 'return on equity' de cerca de 10 pct em 2018, ano em que vê um potencial regresso à distribuição de dividendos com um 'pay out ratio' igual ou superior a 40 pct.
"De um ponto de vista de rentabilidade do banco, refira-se que o custo das obrigações CoCo ainda remanescentes excedia 65 ME por ano (antes de impostos) ao nível da margem financeira do BCP", referiu André Rodrigues, analista do Caixa BI.
"Por outro lado, e por força desse suporte de capital público, o banco estava limitado ao nível de decisões estratégicas, como sejam a proibição de distribuição de dividendos, o risco de venda de algumas operações core ou, em última análise, o risco de conversão desse instrumento financeiro numa participação acionista", acrescentou.
Negociaram-se mais de 4,6 milhões de acções do Millennium bcp a subirem 2,11 pct para 0,1495 euros.
Naquele aumento de capital, a chinesa Fosun 0656.HK reforçou a sua participação no Millennium bcp para 23,92 pct neste aumento de capital, consolidando a posição de maior accionista. O CFO do Millennium bcp frisou que a chinesa Fosun continua comprometida em reforçar a posição no capital para 30 pct.
Nota: Esta recomendação de investimento foi distribuída aos clientes do CaixaBI de 2017. O leitor deve consultar este documento de research integralmente, nomeadamente quanto ao 'disclaimer', solicitando-o à casa de investimento que o elaborou.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)