LISBOA, 15 Set (Reuters) - A exigência do Governo que as produtoras de energia devolvam aos clientes parte do que cobraram ao passarem para estes custos da CESE-Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético e da tarifa social é negativa para 'utilities' como a EDPEDP.LS,segundo o Haitong.
Esta semana, o Governo publicou em Diário da República um despacho que revogou parcialmente um diploma anterior que autorizava os produtores de electricidade a recuperarem, nas tarifas de luz cobradas aos seus clientes, os custos com a tarifa social e com a CESE.
"O Governo exige que os produtores de energia, como a EDP (SA:ENBR3) e Endesa, devolvam as quantias relativas a 2016 e 2017", sublinhou a equipa de analistas do Haitong.
"Negativo, ainda mais considerando que o recente ângulo M&A e o 'upgrade' da Standard&Poor's alimentaram um 'rally', que reduziu a almofada de avaliação contra decisões regulatórias negativas".
Sublinhou que o regresso de algum "ruído regulatório" não é totalmente inesperado, pois aproximam-se decisões sobre as tarifas de electricidade e a remuneração de actividades reguladas em 2018 e o resultado das negociações dos CMEC-Contratos de Manutenção de Estabilidade Contratual.
As propostas deverão ser conhecidas a 13 de Outubro.
Jorge Guimarães, analista do Haitong, sinalizou duas incertezas. Primeiro, perceber se esta decisão do Governo afecta apenas a geração no mercado liberalizado ou também a geração para PPA-'Power Purchasing Agreements' e CMEC.
Segundo, saber se é apenas um ajustamento a custos passados, o que teria um impacto inferior a 1 pct da capitalização bolsista da EDP e seria imaterial para a Indesa, ou se será um modelo para os próximos anos.
Nota: Esta recomendação de investimento foi distribuída hoje aos clientes do Haitong. Deve consultar este documento de research integralmente, nomeadamente quanto ao 'disclaimer', solicitando-o à casa de investimento que o elaborou.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)