(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
LISBOA, 20 Out (Reuters) - O lucro líquido consolidado recorrente do Banco BPI BBPI.LS , detido em 84,52 pct pelo espanhol Caixabank CABK.MC , disparou 71 pct para 312 milhões de euros (ME), entre Janeiro e Setembro de 2017, com menores imparidades de crédito e redução de custos.
Adiantou que "o resultado líquido 'como reportado' foi positivo em 23 ME, absorvendo totalmente o impacto contabilístico da venda de 2 pct e desconsolidação do BFA, negativo em 212 ME após impostos, e os custos extraordinários registados no primeiro semestre, negativos em 77 ME após impostos".
Em Janeiro de 2017, o BPI concluiu a venda de dois pct do Banco de Fomento Angola (BFA) à Unitel - que tem Isabel dos Santos como accionista-chave - e esta telecom passou a controlar 51,9 pct, enquanto o banco português reduziu para 48,1 pct e passou a cumprir a exigência do Banco Central Europeu (BCE) que reduzisse a exposição excessiva àquele país africano.
O BPI já tinha anunciado que aquela venda e consequente desconsolidação representou um impacto negativo de 212,3 ME nos resultados do primeiro trimestre, tendo passado o BFA a ser reconhecida nas contas do Grupo BPI pelo método de equivalência patrimonial.
A actividade em Portugal contribuiu com 152 ME para o lucro líquido recorrente, uma subida de 96 ME face ao mesmo período do ano anterior, o que explica o crescimento significativo dos resultados recorrentes e o regresso aos lucros 'como reportado'.
A margem financeira estrita subiu 1,4 pct nos primeiros nove meses do ano para 273,9 ME e as receitas de comissões líquidas aumentaram 8,8 pct, "uma subida explicada sobretudo pelo crescimento das comissões sobre os produtos de fora do balanço, como os fundos de investimento e de pensões, em termos homólogos face ao ano anterior.
O BPI realçou que "apresenta níveis muito reduzidos de crédito em risco, de apenas 3,3 pct, com um rácio de cobertura de 151 pct por imparidades e colaterais, pelos critérios do Banco de Portugal".
Pelos critérios da EBA, o rácio de Non-performing exposures (NPE) ascende a 5,5 pct, com uma cobertura de 114 pct por imparidades e colaterais.
A elevada qualidade da carteira de crédito permitiu uma descida das imparidades, passando 37 ME nos primeiro nove meses de 2016 para 21 ME no mesmo período deste ano.
As comissões líquidas aumentaram 8,8 pct, em termos homólogos, para 216 ME, enquanto os custos de estrutura recorrentes, excluindo custos extraordinários, registaram uma redução de 7,6 pct.
O banco realça que mantém a forte solidez em termos de capital, com um Common Equity Tier 1 'fully loaded' de 11,5 pct, um CET1 regulatório de 12,5 pct e um rácio de capital total de 13,3 pct (fully loaded).
"A Comissão Executiva do BPI reafirma o objectivo de sinergias de 120 ME anunciados para o final de 2019, tendo já identificado projectos no valor total de 103 ME", frisou, realçando que "o investimento previsto em sinergias e em custos de reestruturação deverá ser significativamente inferior aos 250 ME anunciados anteriormente".
(Por Patrícia Vicente Rua)